Religiosos procuram novas vocações com ajuda da linguagem publicitária

Fátima acolheu este fim-de-semana o V encontro anual de animadores da pastoral vocacional, centrado no tema “Comunicação para atrair jovens para a Vida Consagrada”. Os participantes fizeram a análise crítica de uma Campanha Publicitária, apresentada ontem, sobre a qual se continuará a trabalhar nos próximos tempos. Mais de uma centena de religiosos, religiosas e leigos consagrados foram desafiados a “actualizar a mensagem que os jovens têm da Igreja”, procurando “sobressair no ruído”. A ideia é mostrar a relevância da Vida Consagrada nos dias de hoje, apontando um caminho a quem está insatisfeito com os valores vigentes na sociedade actual. A Ir. Margarida Ribeirinho, da Comissão da Pastoral das Vocações da CIRP/FNIS (CPV), destacou a necessidade de apresentar um “apelo” vocacional que leve em linha de conta a dimensão social, a resposta pessoal e a iniciativa divina do chamamento. Na busca desta “nova geração” de consagrados, os animadores da pastoral vocacional tiveram a colaboração de um conjunto de consultores de estratégia de organizações, os quais frisaram a importância de saber identificar os “concorrentes” das propostas da Igreja – simbolicamente identificados com a figura de Cristiano Ronaldo (sucesso, dinheiro, fama, imagem) – e que “proposta de valor” é apresentada pelos religiosos e religiosas. Proposta de valor acrescentado Roque da Cunha Ferreira, gestor, destacou que muitos dos problemas que se colocam às Instituições religiosas são comuns a “todas as grandes organizações”, unidas na ambição de fazerem passar “propostas de valor”. João Pedro Tavares, consultor, desafiou os presentes a uma reflexão sobre o que significa a “marca Igreja” para as pessoas, frisando que o problema das vocações é resultado de “um conjunto de problemas anteriores”. Na mesma linha, o consultor Rui Dinis abordou a necessidade de fazer as pessoas “experimentar o que nós fazemos”, num paralelismo com o recrutamento empresarial: “Só temos para oferecer as nossas pessoas”. Este especialista sublinhou, por diversas vezes, a importância de “se dar a conhecer” e não ficar à espera de que as pessoas “venham ter connosco”. A valorização da “capacidade de fazer a diferença” deve ser uma chave neste processo. Conceição Costa Macedo, consultora, frisou que a grande proposta de valor, neste caso, é “Jesus Cristo” e um projecto de realização pessoal que é “o melhor produto, em termos de Marketing”. Aos potenciais candidatos deve ser apresentado um potencial de crescimento, na consciência de que o investimento que a Igreja neles faz é algo que atrai muito”. A respeito da chamada pastoral vocacional, João Pedro Tavares destacou a necessidade de envolver toda a Instituição, investindo “os melhores recursos que houver”, numa dinâmica que se deve transformar em “atitude” permanente. Esta abordagem culminou três anos de trabalhos da Comissão da Pastoral das Vocações da CIRP/FNIS, procurando traduzir na prática para o que se aprendeu nas Escolas Práticas de Marketing. Para o presidente da CIRP, Pe. Manuel Barbosa, é fundamentar solidificar este “trabalho em rede”. A CIRP é a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, que coordena as actividades dos Institutos Religiosos Masculinos e Femininos e as Sociedades de Vida Apostólica. A FNIS é a Federação Nacional dos Institutos Seculares, que coordena as suas actividades.

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