Religiosidade popular: Cruzes Floridas de Cerzedelo mostram «sentido comunitário da vida e da fé»

Celebração decorre nos dias 4 e 5 de maio

Guimarães, 01 mai 2019 (Ecclesia) – O pároco de Santa Cristina de Cerzedelo, Arquidiocese de Braga, elogia o “sentido comunitário da vida e da fé” que se manifesta na celebração pascal das ‘Cruzes Floridas’.

“A par com outras festas, a Festa das Cruzes apela à realidade daquilo que é a nossa vida, que se faz de dor e alegria, de paixão e ressurreição. Quando, por fantasia/ilusão, vivemos só um dos aspetos, as festas religiosas ficam reduzidas a um arraial/festival”, disse o padre José Marques à Agência ECCLESIA.

O sacerdote afirmou qu, na sociedade atual, é importante destacar “o sentido comunitário, da vida e da fé”, e deu como exemplo o apóstolo Tomé que “teimou que acreditaria se metesse a mão no lado” do Jesus, quando o “Ressuscitado apareceu aos seus amigos”.

“A Festa das Cruzes também vivencia esta mensagem: sozinhos, torna-se mais difícil abrir as portas e sair; fechados em nós e nas nossas ‘misérias’, é mais difícil permanecer”, realçou o padre José Marques.

A Paróquia de Santa Cristina de Cerzedelo (Guimarães), na Arquidiocese de Braga, vai viver a festa das ‘Cruzes Floridas’, com 16 cruzes familiares, cada uma com dois metros de altura, nos dias 4 e 5 de maio.

Do programa religioso destaca-se no próximo domingo a procissão eucarística ao encontro dos doentes e, de tarde, a ‘Via Lucis’; o sábado é dedicado ao “asseio das cruzes”, a sua ornamentação na casa das famílias, e a madrugada à construção de tapetes de flores e de serrim tingido.

“Há uma interligação entre as duas partes: As mãos que fazem os tapetes e asseiam as cruzes, são sinal das mãos que “asseiam”, cuidam os doentes, nas suas dores diárias. E, se o não são, ainda temos muito que crescer”, salienta o pároco.

O padre José Marques explica que levam a comunhão aos doentes “manifestando comunhão” com os que, por várias razões, não podem, e “assim o desejariam, participar com outra dedicação na vida paroquial”.

“É a forma de os tornar participantes na festa, dizendo-lhes, com a nossa visita: ‘És dos nossos, tens valor, não estás esquecido’”, acrescentou.

Na Via Lucis, que este ano vai ser presidida pelo padre Joaquim Domingos – missionário do Verbo Divino, pelas aparições do ressuscitado, “o que elas tiveram de alegria, paz (shalom), ânimo para as primeiras comunidades, e como as empenharam a continuar a missão de Jesus”.

Com 19 anos de paroquialidade em Santa Cristina de Cerzedelo, o padre José Marques observa que aqueles que fazem os tapetes “estão conscientes” de que, além do convívio, “transmitem valor, atualizam a memória histórico-cultural desta terra, que também passa pelo seu viver de fé”.

A página da Festa das ‘Cruzes Floridas’, na rede social Facebook, informa que pode ser visitada partes da exposição ‘As Cruzes floridas da missão’, em dois espaços públicos de Cerzedelo, até ao domingo de Cruzes.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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