Religião não se reduz à esfera privada

Bento XVI criticou o crescimento do “laicismo”, defendendo que “a vida de fé não pode reduzir-se à esfera privada”. “Um Estado laico é aqueles que protege a prática religiosa dos seus cidadãos, sem preferências nem limitações”, afirmou o Papa ao receber o novo embaixador do México junto da Santa Sé, Luis Filipe Bravo Mena, por ocasião da apresentação das Cartas Credenciais. “Diante do crescente laicismo, que pretende reduzir a vida religiosa dos cidadãos à esfera privada, sem nenhuma manifestação social e pública, a Igreja sabe muito bem que a mensagem cristã reforça e ilumina os princípios básicos de qualquer convivência”, apontou. O Papa mostrou-se convencido de que, nas sociedades modernas e democráticas, “pode e deve haver plena liberdade religiosa”. A Igreja e o Estado, no cumprimento das suas funções específicas dentro da sociedade, podem colaborara para “a promoção integral das pessoas”. “Num Estado laico são os cidadãos que, no exercício de sua liberdade, dão um determinado sentido religioso à vida social. Além disso, um Estado moderno tem de servir e proteger a liberdade dos cidadãos e também a prática religiosa que eles escolherem, sem nenhum tipo de restrição ou coacção”, acrescentou. Bento XVI abordou ainda a problemática da família, destacando que “a instituição familiar baseada no matrimónio não se pode equiparar ou confundir com outras formas de união humanas”. Segundo o Papa, “a família precisa de um apoio especial, porque no México, como em outros países, vai diminuindo progressivamente a sua vitalidade e o seu papel fundamental, não só pelas mudanças culturais, mas também pelo fenómeno da emigração, com as consequentes e graves dificuldades, sobretudo para as mulheres, as crianças e os jovens”.

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