Refugiados: Francisco em Lesbos, sem papamóvel, para ver situação «quase explosiva»

Presidente da Conferência Episcopal da Grécia antecipa visita do Papa a campo com 2500 pessoas

Cidade do Vaticano, 15 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Grécia advertiu que a situação na ilha de Lesbos, que este sábado vai acolher o Papa, é “quase explosiva”.

“A situação não é pacífica e não sei como vai evoluir. Todos têm razão: os refugiados, porque não resistem à situação desumana dos centros de acolhimento. Os moradores, porque temem as reações violentas dos refugiados, como saques”, disse D. Fraghiskos Papamanolis à Rádio Vaticano.

O responsável antecipava a visita de cinco horas que Francisco vai realizar a Lesbos, na companhia do patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, e do arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II.

A visita é apresentada pelo Vaticano como “humanitária” e “ecuménica”, não prevendo qualquer deslocação em papamóvel pelas ruas da ilha.

O programa inclui um encontro com 2500 refugiados no campo de Mória e o almoço com alguns deles dentro de um contentor, bem como o gesto simbólico de lançar coroas ao mar, no porto da ilha, para homenagear os migrantes que perderam a vida no mar.

O presidente da Conferência Episcopal da Grécia sublinha o impacto da crise humana na ilha de 90 mil habitantes e nas outras ilhas do Egeu, que dependem do turismo.

“A crise económica esvazia as carteiras de todos, inclusive da Igreja Católica. Fomos obrigados a fechar algumas obras sociais e até a interromper atividades pastorais”, relata D. Fraghiskos Papamanolis.

Francisco, Bartolomeu e Jerónimo II vão ser recebidos no aeroporto de Mitilene, capital de Lesbos, pelo primeiro-ministro grego Alexis Tsipras.

Em seguida, vão fazer juntos um trajeto de 16 quilómetros em minibus para chegar ao campo de refugiados de Mória, onde se vão encontrar com 150 crianças e cumprimentar individualmente 250 requerentes de asilo, sobretudo muçulmanos, na grande tenda.

Depois do almoço com oito refugiados, os líderes cristãos fazem novo percurso em minibus (8 quilómetros) para encontrar-se com representantes da sociedade civil e da comunidade católica.

O programa prevê um minuto de silêncio e o lançamento de três coroas ao mar, que vão ser entregues aos líderes cristãos por três crianças.

A visita do Papa conclui-se com encontros privados, no aeroporto, com Jerónimo II, Bartolomeu e o primeiro-ministro Alexis Tspiras.

Esta quinta-feira, Francisco deslocou-se à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar diante da imagem da Virgem Maria, pedindo a sua “proteção” para a visita a Lesbos, informou o Vaticano.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top