Referendo não resolve questão do aborto

D. Jorge Ortiga defende que «este resultado não é decisivo, pois a Igreja sempre considerou que a vida não é referendável» D. Jorge Ortiga defende que a questão do aborto não se resolve num “legítimo instrumento democrático, mas apela a uma dinâmica colectiva de solidariedade com mulheres, pais, família”. “Não é o facto de o Estado elaborar uma lei que torna o «intrinsecamente mau» num bem para a sociedade”, adianta o Arcebispo de Braga, pois o que “pode ser legal não é necessariamente moral”. Numa análise feita após a divulgação dos resultados do referendo ao aborto, com uma vitória do “Sim”, D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, assinala “numa reacção meramente pessoal”, que a Igreja propôs a propósito do referendo, “desnecessário”, um esclarecimento das consciências, “esse sim, manifestamente oportuno e permanente, que não se esgota nos tempos de uma campanha”. D. Jorge Ortiga considera que “este resultado não é decisivo pois a Igreja sempre considerou que a vida não é referendável”, e volta a afirmar que a vida é um “direito fundamental de todos os seres humanos e deve ser acolhido e promovido em todas as suas dimensões e num âmbito universal”. “A espontaneidade e ousadia de todos quantos se organizaram para promover uma reflexão serena e interpelar as consciências” é apontada pelo Arcebispo de Braga como a “hora dos cristãos leigos”, o que leva D. Jorge Ortiga a afirmar que a Igreja “pode contar com estes movimentos para a permanente defesa da vida”. “Escolher a vida não é apenas questão de um dia, nas mesas do voto”, mas é apontado por D. Jorge Ortiga como “uma opção permanente que dá sentido ao empenho do passado e aos desafios que surgem”. Por isso, o Arcebispo de Braga sublinha que a Igreja vai continuar a condenar com firmeza o erro e a acolher na misericórdia o pecador. “Este lema não é frase de campanha, mas provocação permanente nos crentes”, adianta, concluindo que “a Igreja continuará a ser denúncia profética e solidariedade activa”. Notícias relacionadas No dia do referendo sobre o aborto:e agora?

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