Recolocada a estátua de D. António na Praça de Lisboa

Iniciadas comemorações do centenário do nascimento de D. António Ferreira Gomes No dia 10 de Maio de 2005, por iniciativa da Diocese do Porto, da Fundação Spes, do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes e da Fundação Eng.º António de Almeida, iniciaram-se as comemorações do centenário do nascimento de D. António Ferreira Gomes, que foi Bispo do Porto (1952-1982). As comemorações, que decorrem de 10 de Maio de 2005 a 10 de Maio de 2006 (data do seu nascimento em Milhundos, Penafiel), tiveram início simbólico com a inauguração da nova colocação da sua estátua, concebida pelo escultor Arlindo Rocha, oferta à cidade da Fundação Eng.º António de Almeida, que fora inaugurada em 1991 e que agora foi colocada no ângulo da Praça de Lisboa coma Rua S. Filipe de Neri, junto à Igreja dos Clérigos e frente ao edifício da Universidade do Porto, um lugar de novo digno e que dá relevo ao monumento que recorda a figura de D. António Ferreira Gomes. Foi colocada uma placa comemorativa e recordatória da vida e ministério do Bispo, descerrada conjuntamente pelo Presidente da Câmara e pelo Bispo do Porto. Ambos proferiram depois palavras de lembrança e exaltação da acção social, cívica, cultural e pastoral do D. António. Estiveram também presentes os Presidentes da Fundação Spes, D. Manuel da Silva Martins e da Fundação Eng.º António de Almeida, Fernando Aguiar Branco e diversas autoridades civis e militares. No dizer de D. Manuel Martins, é de justiça realçar que a recolocação da estátua no novo local, bem como a colocação da placa que recorda aos passantes a sua figura, se fez a expensas da Fundação Engenheiro António de Almeida, que já a havia oferecido à cidade. Palavras de Rui Rio Das palavras proferidas por Rui Rio, Presidente da Câmara do Porto, destacamos: “Em boa hora a Fundação Spes e a Diocese do Porto, com o apoio de diversas instituições, entre as quais a Câmara Municipal a que presido, decidiram associar-se para dar visibilidade pública e justo testemunho ao Homem de fé, ao Homem de pensamento, ao Homem de cultura, ao Homem de Acção, ao Homem de testemunho, ao Homem de coragem, e, enfim, ao Homem do Porto que foi D. António Ferreira Gomes. Nada melhor, para dar início a estas comemorações, do que emendar um erro, transferindo a estátua de D. António para um local mais digno e mais visível do que aquele que ocupava, até há bem pouco tempo, a poucos metros deste local, mas em lugar mais discreto, mais escondido, quase envergonhado”. Considerando que este ainda não seria o lugar definitivo da estátua, mas que se empenharia em que fosse um dia colocada na “sala de visitas da cidade”, Rui Rio, salientou: “Esta não é apenas mais uma simples cerimónia de protocolo social, mas é antes um gesto de reconhecimento que a Cidade assume perante uma das grandes figuras que enobrece a história moderna da nossa Cidade, e enaltece a plêiade dos homens que escolheram o Porto como sua terra adoptiva”. E concluiu, após historiar o seu percurso de lutador pela liberdade, o seu exílio e a firmeza na defesa dos seus ideais: “A Cidade do Porto exulta com a figura do seu Bispo, e reconhece que tudo o que se faça é mais que justo e merecido. O apego à liberdade e à coragem de que foi exemplo a vida de D. António dão-nos a garantia de que assim é. Os portuenses sabem como poucos honrar os seus melhores, e distinguir com gestos de nobreza todos aqueles que pela sua vida e obra fizeram do Porto a Cidade da liberdade, da justiça e da fraternidade”. Alocução de D. Armindo Lopes Coelho Por sua vez, D. Armindo Lopes Coelho, falando de improviso, recordou o percurso vital de D. António, o seu magistério e o seu exílio, e particularmente a sua acção como Bispo do Porto, tanto no plano pastoral, como nos plano cultural e social. Salientou sobretudo o seu combate pela liberdade, pela dignificação da pessoa humana, pela valorização social dos trabalhadores, a sua inteligência lúcida e as leituras sobre o sentido da história e o desenvolvimento e afirmação da Igreja. Defendeu que toda a acção e doutrinação cívica do Bispo do Porto teve sempre como inspiração e ponto de partida a missão pastoral de Bispo, que ele considerava a sua missão primordial. Referiu ainda como obra de grande alcance a suas Cartas ao Papa, que agora vão ser editadas em francês e italiano. Actividades das comemorações do Centenário Conforme noticiámos, das Comemorações do Centenário, iniciadas com esta cerimónia pública e continuadas com um debate no Teatro do Campo Alegre, promovido pelo Seiva Trupe, em que participaram os especialistas Carlos Azevedo, Manuel de Pinho Ferreira, Manuel Linda e José Barreto, prevêem ainda outros eventos. O primeiro, já realizado, foi uma romagem nesse mesmo dia, à sua terra natal de Milhundos, em que o Presidente da Fundação Spes presidiu a uma Eucaristia e a uma romagem ao seu mausoléu naquela localidade, com a participação de muita gente daquela região, em que afigura de D. António voltou a ser exaltada nas palavras de vários oradores, entre os quais o Presidente da Câmara de Penafiel. Estão ainda previstos as seguintes actividades e realizações: – a publicação de uma Fotobiografia, que recolherá imagens e documentos da vida do Bispo e textos de memória ou testemunho da autoria de personalidades nacionais que privaram com ele ou tiveram a com ele uma ligação directa; – um Concerto, que será um Magnificat, da autoria do Cónego António Ferreira dos Santos, preparado para o jubileu do Bispo do Porto e que este deseja associar também á memória de D. António – concerto em data e designar; – a publicação em francês e italiano da sua importante obra Cartas ao Papa, encontrando-se também em preparação a possibilidade de uma tradução em inglês; – um Congresso sobre a obra de D. António, a realizar em 8, 9 e 10 de Maio de 2006, para o qual se conta com a participação de estudiosos, historiadores, filósofos e teólogos de vários países (o que era desejo do homenageado); no decorrer deste Congresso serão apresentadas as traduções das Carta ao Papa; – uma solene Concelebração na Catedral do Porto, para a qual são convidados todos os Bispos portugueses, e que está prevista para o domingo, dia 7 de Maio de 2006 (curiosamente é o 4.º domingo pascal, festa do Bom Pastor); – uma Romagem ao seu mausoléu em Milhundos, Penafiel, que será como que a conclusão das comemorações, no dia 10 de Maio de 2006, como encerramento do Congresso. – várias outras actividades, entre as quais uma obra teatral, a realizar pelo grupo Seiva Trupe, em que a temática central será os direitos humanos e pretende recriar a vida e obra de D. António.

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