Padre Marcelo Oliveira «se puder e se tiver a oportunidade» de se aproximar de Francisco «apenas diria ‘obrigado’»
Kinshasa, República Democrática do Congo, 31 jan 2023 (Ecclesia) – O padre Marcelo Oliveira, missionário Comboniano na República Democrática do Congo (RDC), disse que a visita do Papa “poderá mudar a realidade do país”, marcado pela violência, especialmente na região leste.
“Obrigado, Santo Padre, porque veio para estar connosco, para nos reconfortar, para ver com os seus próprios olhos, tocar com as suas próprias mãos e caminhar com os seus próprios pés sobre esta terra, sobre este país tão sofredor”, explicou o administrador principal da província dos Combonianos na República Democrática do Congo.
Em declarações à Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), enviadas hoje à Agência ECCLESIA, o sacerdote português explica que este ‘obrigado’ pode acontecer no “encontro com todos os religiosos que trabalham” na RDC, se tiver oportunidade de “chegar perto do Santo Padre”.
“Obrigado Santo Padre pela sua visita, pela sua palavra, pelo seu encorajamento, porque se quis fazer próximo de cada um de nós e vir até nós”, acrescentou.
O Papa Francisco iniciou hoje a sua quinta viagem a África, para cumprir a promessa de visitar a República Democrática do Congo (RDC) e o Sudão do Sul, até 5 de fevereiro; viagem adiada em julho de 2022, devido a problemas de saúde.
Para o padre Marcelo Oliveira, o encontro com os religiosos é “um momento alto” do programa da visita apostólica na RDC e vai acontecer esta quinta-feira, na Catedral de Nossa Senhora do Congo, em Kinshasa.
É um momento esperado por todos nós, de podermos ouvir aquilo que o Papa tem para nos dizer, a nós, que somos consagrados, a nós que somos missionários a trabalhar junto deste povo. Nós que partilhamos a nossa vida com o sofrimento desta população esperamos ansiosamente pelas palavras de conforto, de encorajamento que o Papa decerto nos vai transmitir para fortalecer o nosso empenho e o nosso trabalho como missionários ao serviço desta Igreja no Congo”.
Para o administrador principal da Província dos Combonianos na RDC, a visita papal que decorre até sexta-feira “poderá mudar em muito a realidade deste país” marcado pela violência, especialmente na região leste, e adianta que, nas últimas semanas, as notícias mostraram “quantos ataques armados, quantas pessoas foram atacadas”, como um dos jovens em formação que “foi baleado”.
A Fundação AIS contextualiza que um carro da comunidade dos combonianos, na província do Kivu Norte, foi atacado a tiro, no dia 22 de janeiro.
Um dos ocupantes, um jovem postulante de 22 anos, ficou ferido e teve de ser internado no hospital; uma semana antes, um atentado terrorista contra uma igreja pentecostal em Kasindi, na República Democrática do Congo (RDC), provocou várias mortes e dezenas de feridos, num ataque de um grupo terrorista ligado ao Estado Islâmico.
CB/OC