Rádio Sim: Presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença diz compreender «sentimentos de desacordo» face à descontinuação de emissões

Arcebispos de Braga e Évora tomaram posição, demarcando-se da decisão

Lisboa, 08 jan 2020 (Ecclesia) – O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, disse hoje à Agência ECCLESIA que a descontinuação das emissões da Rádio Sim “não foi nem é uma decisão fácil”, admitindo compreender “os sentimentos de desacordo”.

“Em causa está um processo que tem de ter presente as respostas dos colaboradores às propostas que lhes foram feitas, que ainda estamos a analisar, e os auditórios das várias rádios do Grupo Renascença”, assinalou D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa.

O responsável  mostra-se disponível para levar em consideração os pronunciamentos que têm surgido a respeito da decisão, num processo que se encontra em curso.

“Foi anunciada a descontinuidade da rádio, significando um caminho a cumprir com várias frentes e prioridades, em primeiro lugar os colaboradores”, precisou.

O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença explica que a decisão se insere “num processo de reposicionamento das várias rádios do grupo, em análise nos últimos meses, que envolve um vasto leque de questões, todas elas a ser consideradas”.

No início deste mês, a Rádio Sim, que iniciou as suas emissões em 2008, anunciou em comunicado que a sua emissão iria ser “descontinuada em breve, por motivos de sustentabilidade económica”.

“Percebeu-se ser necessário descontinuar a Rádio Sim, estando agora a ser encaradas outras alternativas para este público. Este será um processo gradual que acontecerá ao longo dos próximos meses”, pode ler-se.

Após este anúncio, D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, publicou um comunicado, “a propósito do encerramento da Rádio Sim”, no qual manifesta “apreensão e surpresa” com a decisão, adiantando que a arquidiocese minhota vai “repensar a sua presença na rádio”.

“A notícia foi debatida com o Cabido Metropolita, que na Arquidiocese de Braga funciona como Colégio de Consultores, e o Cabido gostaria, de igual modo, de marcar a sua incompreensão e tristeza pelo sucedido”, assinala o documento, divulgado através da internet.

O arcebispo primaz entende que “num tempo em que cresce o número de idosos em Portugal, a Igreja deveria ser-lhes próxima, produzindo conteúdos que lhes proporcionassem companhia e os ajudassem, muito concretamente, a viver, aprofundar e a celebrar a fé”.

D. Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora, manifestou-se hoje sobre a descontinuidade da Rádio Sim, indicando que a arquidiocese alentejana não esteve envolvida em qualquer encontro ligado a esta decisão.

O responsável mostra-se disponível para “dialogar sobre os diversos temas de comum interesse e sobre a possibilidade de alguma possível presença radiofónica regional para o futuro”, particularmente relevante num território “marcado pelo envelhecimento e pela consequente desertificação populacional”.

“Comungamos com o Conselho de Gerência da Emissora Católica Portuguesa o sofrimento que decisões como esta acarretam. A experiência comum que nos uniu ao longo destas dezenas de anos poderá ser sementeira de novos desafios assumidos em comum. Ficamos a aguardar, pois conhecemos a enorme capacidade criativa da Rádio Renascença que todos amamos”, acrescenta.

A Arquidiocese de Évora adianta que o magazine religioso ‘Ser Igreja’ vai continuar a ser produzido, podendo ser ouvido na Rádio Despertar (Voz de Estremoz); Rádio Telefonia do Alentejo (Évora); Rádio Campanário (Voz de Vila Viçosa); Rádio TDS – Telefonia do Sul (Setúbal, Alentejo e Lisboa); e Rádio Canção Nova.

O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Barbosa, remeteu para a próxima reunião do Conselho Permanente deste organismo (14 de janeiro), em Fátima, possíveis declarações sobre o assunto.

PR/OC

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