Publicações: Livro conta história de refugiados salvos por padre português em Roma durante ocupação nazi

«A lista do Padre Carreira» é assinada pelo jornalista António Marujo

Lisboa, 04 jun 2016 (Ecclesia) – O jornalista António Marujo vai lançar hoje na Feira do Livro de Lisboa, a obra ‘A Lista do Padre Carreira’ (Editora Vogais), apresentando a história de um segundo refugiado, ainda vivo, salvo pelo sacerdote português durante a ocupação nazi de Roma.

“Foi o testemunho do primeiro refugiado vivo, Elio Cittone, de família judaica, que permitiu a entrega da medalha de Justo Entre as Nações ao padre Carreira pelo Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, de Jerusalém”, refere o jornalista.

A entrega da medalha decorreu em abril de 2015, numa cerimónia na Sinagoga de Lisboa.

‘A Lista do Padre Carreira’ apresenta as histórias desses dois refugiados do Pontifício Colégio Português e outros episódios, bem como “uma interpretação sobre o papel do Papa Pio XII e do Vaticano” durante a II Guerra Mundial.

O padre Joaquim Carreira, vice-reitor e reitor do Colégio Pontifício Português, de Roma, entre 1940 e 1954, ofereceu abrigo a várias pessoas perseguidas pelos nazis, incluindo três membros da família Cittone.

No relatório da atividade do Colégio, o padre Carreira escreveu: “Concedi asilo e hospitalidade no colégio a pessoas que eram perseguidas na base de leis injustas e desumanas”.

A história foi contada pelo jornalista António Marujo, que enviou ao Yad Vashem vários dados que incluíam o depoimento de um sobrevivente.

O título de ‘Justo entre as Nações’ é usado pelo ‘Yad Vashem’ para designar as pessoas que salvaram judeus durante o Holocausto, arriscando as suas próprias vidas e é a maior distinção concedida por Israel a pessoas que não professam a fé judaica.

Monsenhor Joaquim Carreira passou a ser o quarto português a ser declarado ‘Justo’, depois de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus; Carlos Sampayo Garrido, embaixador de Portugal na Hungria; e José Brito Mendes, operário português casado com uma francesa e residente em França, que salvou uma menina, filha de judeus.

Monsenhor Joaquim Carreira nasceu em 1908 numa aldeia próxima de Fátima, foi ordenado padre em 1931 e em 1940, já em plena II Guerra Mundial, mudou-se para Roma, que viria a ser ocupada pelos nazis em setembro de 1943.

OC

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