Publicações: Cardeal Tolentino Mendonça lança livro com «práticas de oração», evocando «traço antropológico» da humanidade

«Rezar de olhos abertos» chega às bancas, com textos para ler e ouvir

Lisboa, 13 nov 2020 (Ecclesia) – O cardeal Tolentino Mendonça lança hoje o seu novo livro, ‘Rezar de Olhos Abertos’ (Quetzal), apresentando um conjunto de “práticas de oração”, dimensão que considera um “traço antropológico” do ser humano que “continuamente se interroga sobre o sentido da existência”.

O bibliotecário e arquivista do Vaticano cita o teólogo Jean Daniélou para sublinhar que a oração e suas práticas são também “um assunto de cidade e cidadania”.

“Uma fé desligada da cultura rapidamente se torna acantonada a uma elite espiritual” e uma cultura separada da fé “fica incompleta e, nesse sentido, deixa de representar dimensões e necessidades fundamentais da pessoa humana”, escreve o cardeal madeirense, vencedor da mais recente edição do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural.

O novo livro reúne “um conjunto de orações para serem lidas e escutadas”, textos que D. José Tolentino Mendonça escreveu ao longo do tempo, muitos deles no contexto da atividade pastoral.

O cardeal e poeta sublinha, na abertura da obra, que esta se apresenta “não como um livro sobre a oração, mas como um caderno de práticas de oração”.

“Há pessoas que rezam baixando os olhos, escondendo nas mãos o rosto, voltando-se para dentro. Há outras, porém, que abrem esforçadamente os olhos ao rezar, numa tentativa de observar a vida no seu espanto. Quer umas, quer outras – estão certas”, pode ler-se.

Em declarações à Rádio Renascença, esta manhã, D. José Tolentino Mendonça falou no desafio de “rezar a partir da vida”, de “olhos abertos”, assumindo os acontecimentos quotidianos, as notícias “tristes e felizes”.

“Nesse sentido, se quisermos, é uma oração mais universal”, assinala.

O responsável católico lamenta que muitos católicos não coloquem a oração como “uma prática central nas suas vidas”.

D. José Tolentino Mendonça sublinhou que a crise provocada pela pandemia despertou o “sentido da vulnerabilidade” e mostrou que “as horas de crise são horas para levantar, ainda mais alto, a esperança”.

O Papa Francisco está a promover, no Vaticano, um ciclo de reflexões sobre a oração, nas audiências públicas semanais de quarta-feira.

LFS/OC

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