Publicações: 13 poetas portugueses abordam «questão de Deus»

Obra coorganizada pelo diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

Lisboa, 18 jul 2014 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), padre Tolentino Mendonça, apresentou esta quinta-feira em Lisboa uma antologia com 13 escritores portugueses intitulada “Verbo – Deus como interrogação na poesia portuguesa”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, na Capela do Rato onde decorreu a iniciativa, o sacerdote e poeta salientou que “uma das coisas mais importantes que se podem descobrir” através da leitura da obra “é que a interrogação de Deus é pessoalíssima”.

“Não há duas formas de interrogar, cada um transporta a sua biografia, a sua verdade, o seu modo próprio, e isso reflete-se intensamente na forma como cada um se avizinha do limiar de Deus e do seu mistério”, frisou o diretor do SNPC.

Coorganizada pelo escritor e crítico literário Pedro Mexia, o livro reúne escritos dos poetas Vitorino Nemésio, Ruy Cinatti, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, Fernando Echevarría, José Bento, Ruy Belo, Cristovam Pavia, Pedro Tamen, Armando Silva Carvalho, Carlos Poças Falcão, Adília Lopes e Daniel Faria.

Cada autor procura refletir e responder à “questão de Deus”, que segundo o padre Tolentino Mendonça, “é sempre uma questão aberta”.

“O professor Eduardo Lourenço dizia uma coisa engraçada, que o mais importante não é o que pensamos de Deus mas o que Deus pensa de nós. E de facto em cada um destes poetas que representam uma obra muito forte percebemos essa abertura àquilo que o mistério pode fazer, e o mistério é sempre protagonista”, apontou.

A ideia do projeto “não foi escolher poetas confessionais nem textos ligados à liturgia”, foi sim “encontrar poetas que não fizessem apenas uma referência a Deus mas que o motivo de Deus fosse intensamente significativo para a construção das suas obras”, explicou ainda o responsável católico.

Pedro Mexia destacou a “surpresa” que marcou o trabalho de pesquisa sobre os poetas presentes na obra, todos autores do século XX mas uns mais “conhecidos” da opinião pública, mais “canónicos”, do que outros.

“Tem poetas que nós não esperávamos que se tivessem ocupado deste assunto, ou que o abordam de uma forma muito própria e isso, que é uma surpresa para os leitores foi também em alguns casos uma surpresa para nós”, revelou.

Mais do que para “crentes ou não crentes”, a antologia “Verbo – Deus como interrogação na poesia portuguesa” é uma obra “para quem gosta, para quem lê, para quem se interessa por poesia”.

Com a chancela da editora Assírio & Alvim, a publicação de 232 páginas já está disponível nas livrarias portuguesas.

LS/JCP

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