O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, considera mais provável que a nova encíclica de Bento XVI seja publicada apenas “depois das férias do Verão”, por causa das questões levantadas pela sua tradução para chinês. A imprensa italiana refere que o documento, o mais importante dos que são assinados por um Papa, terá como título “Caritas in veritate” (Caridade na verdade), e será dividida em quatro capítulos e celebrará outras duas encíclicas anteriores: a “Populorum progressio”, publicada em 1967 por Paulo VI, e a “Sollicitudo rei socialis”, publicada em 1988 por João Paulo II. Em entrevista à agência ANSA, o Cardeal Bertone refere que “não se pode dizer ainda” em que data será publicada a encíclica “porque o Papa, não digo que seja precisamente um perfeccionista, mas em certo sentido, é”. “Está a reflectir, está a rever, e portanto, não podemos prever, mas antes do Verão, isto é, antes do período de férias, presumo que não será publicada”, indicou. O Secretário de Estado assinalou “só quando estiver pronta nos diversos idiomas, a encíclica poderá ser promulgada”, sendo que desta vez o texto será publicado em chinês logo aquando do seu lançamento. No final de Fevereiro, o Cardeal Bertone confirmara que Bento XVI estava a preparar uma encíclica sobre “problemas sociais internacionais, com especial referência aos países em desenvolvimento”. Para este responsável, a encíclica “terá um impacto significativo sobre grandes problemas socioeconómicos do mundo contemporâneo, por analisar questões do Terceiro e Quarto Mundos”. Trata-se da terceira encíclica deste pontificado (296ª da história da Igreja), depois da “Deus caritas est” e da “Spe salvi”. A encíclica é uma carta com um âmbito universal, onde o Papa empenha a sua autoridade como sucessor de Pedro e primeiro responsável pela Igreja Católica.