Congregação para a Doutrina da Fé foi informada das acusações em 2019
Cidade do Vaticano, 29 set 2022 (Ecclesia) – O Vaticano informou hoje que impôs “restrições disciplinares” a D. Carlos Ximenes Belo, antigo administrador apostólico de Díli, a partir de 2020, após ter recebido acusações contra o bispo emérito.
“A Congregação para a Doutrina da Fé envolveu-se no caso, pela primeira vez, em 2019. À luz das acusações recebidas sobre o comportamento do bispo, em setembro de 2020 a congregação impôs-lhe algumas restrições disciplinares”, assinala uma nota enviada aos jornalistas pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
O porta-voz do Vaticano precisa que as medidas previam “limitações às suas deslocações e ao exercício do seu ministério, a proibição de contactos voluntários com menores, de conceder entrevistas e de contactos com Timor-Leste”.
Segundo a nota, as medidas acabariam por ser “modificadas e reforçadas” em 2021, e os vários procedimentos foram “formalmente aceites” pelo bispo emérito, nas duas ocasiões.
O jornal holandês ‘De Groene Amsterdammer’ publicou esta quarta-feira testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais que teriam sido cometidos, quando eram menores, pelo ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz.
A 26 de novembro de 2002, o Papa João Paulo II aceitou a renúncia de D. Carlos Ximenes Belo, então com 54 anos, com base no Cânone 401 § 2 do Código de Direito Canónico, ou seja, por motivos de “saúde precária ou outra causa grave”.
O responsável timorense aludiu então a problemas de saúde e à necessidade de um “longo período” de recuperação.
OC