Movimento suspendeu um alegado agressor e, nesta e noutra situação, instaurou «processo interno de averiguação»
Lisboa, 24 mar 2023 (Ecclesia) – O Corpo Nacional de Escutas (CNE) informou que recebeu da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica sete situações que não eram do conhecimento da organização e suspendeu preventivamente um alegado agressor.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o CNE refere que, durante o trabalho da CI e do Grupo de Investigação Histórica, tinha partilhado 19 situações de alegados abusos ocorridos em contexto escutista que constavam dos arquivos do Corpo Nacional de Escutas.
De acordo com o CNE, das sete situações novas, uma “coincide com um caso” já referenciado nos arquivos da organização, outra refere-se a um alegado agressor já falecido e outros dois, ocorridos em 1961 e 1978, “não permitem, para já, identificar inequivocamente os alegados agressores, continuando o Corpo Nacional de Escutas a “desenvolver esforços para a sua identificação”.
“Dos restantes 5 casos, dois parecem partilhar um alegado agressor comum que já não se encontra no ativo e um outro em que, fruto da colaboração direta de uma vítima que entrou em contacto com o CNE, foi decidido suspender preventivamente o alegado agressor; em ambas as situações está atualmente a decorrer o processo interno de averiguação, para decisão em sede de processo disciplinar e outras medidas consideradas pertinentes”, acrescenta o comunicado.
O CNE esclarece que as medidas agora tomadas resultam de um encontro com a CI e com o Grupo de Investigação Histórica, na última semana, para obter “informação adicional” sobre situações que não eram do conhecimento da organização escutista.
No comunicado, o Gabinete de Imprensa do CNE sublinha que o “cuidado pelas vítimas do passado ou do presente” é sempre a “prioridade da sua ação” e que não vai deixar de “agir com diligência com os possíveis agressores”.
“O CNE, no seguimento do caminho empreendido desde 2016, mantém a sua estrutura de suporte «Escutismo: Movimento Seguro», que inclui a linha de reporte (https://ems.escutismo.pt) inteiramente disponível para acolher o testemunho, quer pelas vítimas, quer por qualquer outra pessoa, que possa dar mais informações sobre estas ou outras situações”, acrescenta o comunicado.
O Corpo Nacional de Escutas lembra ainda que “para além da formação a todos os voluntários e das campanhas de sensibilização para todas as crianças e jovens sobre estas problemáticas”, oferece “apoio a todas as vítimas, quer de abusos, bullying, dependências e outras situações que coloquem em risco a segurança das crianças e jovens”.
PR