Projectos missionários atraem mais voluntários

Muitos são os leigos que se sentem chamados a trabalhar em projectos de cooperação para o desenvolvimento em países longínquos e, num gesto de entrega, doam parte das suas vidas para responder a este apelo. Ano após ano, o número de voluntários missionários tem vindo a aumentar e, em 2008, serão 283 os que partirão com a missão de contribuir para a construção de um mundo mais justo e mais humano, colaborando no trabalho que os parceiros locais estão a desenvolver no terreno. Os voluntários partem integrados em projectos dinamizados por entidades católicas, com missões nos países em desenvolvimento. Em Portugal existem cerca de 50 entidades, entre Institutos/Congregações Religiosas, ONGD, IPSS, Associações, Dioceses e Paróquias, cuja vocação é a promoção do trabalho missionário e a ajuda ao desenvolvimento dos povos. O envio de leigos missionários não é uma realidade nova em Portugal – os primeiros voluntários portugueses partiram há cerca de 20 anos –, no entanto, a dimensão que este “movimento” atingiu e o número de portugueses que se sente chamado a actuar em causas a favor dos países mais pobres é radicalmente maior que há duas décadas atrás. O Voluntariado Missionário em números… Segundo os dados que chegaram à Fundação Evangelização e Culturas (FEC) até ao dia 27 de Junho, este ano partirão 283 voluntários em missão para Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Zâmbia, Burundi e República Centro-Africana. O país que recebe maior número de leigos missionários é, à semelhança dos anos anteriores, Moçambique, para onde partirão este ano 121 voluntários (43%); seguido de Angola, que acolherá 72 (25%); em São Tomé e Príncipe trabalharão 26 (9%); Timor-Leste e Guiné-Bissau receberão 14 cada (5% cada); Cabo Verde 10 (4%); o Brasil, a Zâmbia, o Burundi e a República Centro-Africana acolherão cada um 2 voluntários (0,7% cada). Queremos, no entanto, ressalvar que 6% dos voluntários à data do fecho deste comunicado ainda não sabiam qual o país de destino da sua missão. Um dado também a reter é a distribuição por género dos voluntários que partem. Tal como nos anos anteriores, a percentagem de mulheres a partir é muito maior que a dos homens. Este ano serão enviadas 195 mulheres (68%) e 70 homens (26%). Neste ponto, salvaguardamos que 2 entidades não responderam a esta questão, o que equivale a 6% dos voluntários que serão enviados. O período que cada voluntário despende da sua vida para participar num projecto missionário divide-se entre missões de curta duração (de 1 a 6 meses) e missões de longa duração (1 ou mais anos). Este ano partirão 220 voluntários em projectos de curta duração e 63 em projectos de longa duração, o que em termos percentuais equivale a 78% e 22% respectivamente. Um outro aspecto importante é o facto de 62 voluntários (22%) que partem este ano não o fazerem pela 1ª vez, ou seja, repetirão a experiência de voluntariado missionário, o que revela o quão marcantes estas experiências são na vida de quem as vivencia. Para além de um número significativo de voluntários que todos os anos parte em missão Ad Gentes, há também um outro número não menos significativo que fica em Portugal, em projectos de ajuda e cooperação, sobretudo nos meses de verão e em regiões do interior. Finalmente, e sem dados estatísticos que o comprovem, mas fruto da nossa experiência, salientamos que, ao contrário do que acontecia nos primeiros anos, em que os leigos missionários eram jovens estudantes ou recém-licenciados, actualmente há já um número significativo de jovens e adultos empregados, que deixam os seus empregos para partir, e também de reformados que optam por fazer uma experiência missionária nesta etapa da vida. Desde 2003 que a Fundação Evangelização e Culturas, ao funcionar como Plataforma do Voluntariado Missionário, reúne os dados que contribuem para as estatísticas desta realidade que se tem vindo a consolidar ao longo dos últimos 20 anos em Portugal. João Paulo II lançou o apelo “Portugal, convoco-te para a Missão” quando visitou o nosso país em 1998. Nestes últimos 6 anos Portugal correspondeu com 1689 respostas positivas no que concerne ao voluntariado em missão Ad Gentes. Embora se verifiquem algumas variações, é notório o investimento que, anualmente, tem sido feito com o objectivo de concretizar diversos projectos, mobilizando uma série de recursos humanos, materiais e financeiros. São muitas as horas de formação para uma preparação que se quer cada vez mais exigente; são muitas as mangas que se arregaçam para angariar os fundos necessários; mas são, sobretudo, muitos os sonhos de quem sente no seu coração este apelo para a missão.
63 Voluntários portugueses partem com compromisso de 1 a 2 anos O número crescente de entidades envolvidas tem dado mostras de capacidade para a continuidade dos projectos e consolidação da identidade de cada uma.
220 Voluntários portugueses partem em projectos de curta duração (1 a 4 meses) Fundação Evangelização e Cultura

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