Projecto-piloto de EMRC avança em três escolas de Braga

A EB 2,3 Gonçalo Nunes, em Barcelos, a EB 2,3 Francisco Sanches e EB 2, 3 de Lamaçães, em Braga, foram seleccionadas para a realização do projecto-piloto no qual se farão as experiências necessárias em relação ao novo programa da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) que vai ser desenvolvido a nível nacional. A disciplina de EMRC, neste ano lectivo que agora se inicia, avança com um novo projecto que pretende reformular e actualizar os programas da disciplina em vigor há já 15 anos. Uma das fortes apostas do novo programa da disciplina passa pela interdisciplinaridade. «Estabelecer pontos de contacto com outras disciplinas » é para Jorge Paulo, coordenador do Departamento da EMRC do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC), uma linha de força do novo programa. Esta interdisciplinaridade proporciona uma visão sem preconceitos das outras áreas do saber e motiva os professores a alargarem os seus conhecimentos. Para o padre José Antunes, do Departamento do Ensino Religioso nas Escolas na Arquidiocese de Braga, este «será um ano de adaptações e de experiências concretas», afirmou ao Diário do Minho. Para este sacerdote, é necessá rio «desenvolver um trabalho de base» que possibilite uma maior adequação da disciplina aos tempos que correm e às realidades existentes. É a pensar nesta adequação à actualidade que o SNEC fez a reformulação e reorganização das temáticas bem como a inclusão de novos temas. Nestas novas temáticas, destaque para a arte cristã e a in terpretação de produções artísticas de teor cristão. Jorge Paulo considera importante os alunos decifrarem os códigos e os signos da arte cristã, «para reconhecerem não só a beleza destas construções artísticas mas também a intencionalidade religiosa que está na sua origem». A temática da Doutrina Social da Igreja também merece desenvolvimento especial no novo programa da disciplina bem como a atenção às questões relacionadas com a comunicação social, uma vez que é urgente e necessário que as novas gerações aprendam a ler com critérios o «sistema semiótico da comunicação social, com os seus signos e códigos, nem sempre orientados para fins eticamente justificáveis», defende aquele responsável. Questionado sobre as estatísticas em relação ao número de alunos matriculados na disciplina de EMRC no território da Arquidiocese, o padre José Antunes afirmou que só poderão ser conhecidos com rigor em Janeiro do próximo ano. Expressou, contudo, a sua satisfação pela «excelente percentagem de matriculados » na sua escola, em Guimarães. Não há desemprego entre os professores Em relação à colocação dos professores da disciplina, o responsável pelo departamento na Arquidiocese de Braga afirmou que «todos estão colocados», exceptuando «um ou outro caso que ainda merece consideração mas que, quanto antes, ficarão resolvidos». Por isso, o padre José Antunes salienta que se pode afirmar que «não há desemprego para os professores de EMRC» pelo menos no território arquidiocesano. Aquele responsável do Departamento do Ensino Religioso nas Escolas na Arquidiocese frisa que para este sucesso na colocação dos professores, «muito contribui o empenho diário de todos os professores que nas suas escolas trabalham seriamente e que, a par da leccionação, desenvolvem projectos escolares inovadores e pioneiros». O projecto-piloto que está a ser testado e experimentado neste ano lectivo será acompanhado por uma comissão nacional de trabalho que, no entender de D. Tomás Nunes, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã é muito importante. Para o Bispo Auxiliar de Lisboa este novo programa vai permitir que os alunos «desenvolvam um sentido crítico perante a vida concreta». No final do presente ano lectivo, que é de experimentação, sendo as avaliações do novo programa positivas e merecedoras de aprovação, então «poderá com certeza ser alargado a todas as escolas» esclareceu, por fim, o padre José Antunes.

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