Pastoral Penitenciária defende equipas de trabalho em todas as dioceses e dá prioridade à prevenção e reinserção
Fátima, Santarém, 07 Fev (Ecclesia) – O responsável da Igreja Católica pelo apoio aos reclusos considera que “a Pastoral Penitenciária não tem só a ver com a prisão”, devendo também abranger “a prevenção e reinserção”.
“Durante muitos anos, fazer a Pastoral Penitenciária era ter um capelão e voluntários que se deslocassem à cadeia”, um “equívoco que tem de ser esclarecido de uma vez por todas”, afirmou hoje o padre João Gonçalves à Agência ECCLESIA.
No entender do sacerdote de 67 anos, o “importantíssimo e inesgotável” trabalho realizado nos estabelecimentos prisionais não tem sido acompanhado pela acção de prevenção e reinserção “fora da prisão” com as famílias, vítimas dos crimes e empresas.
O responsável salientou que é preciso um “enorme trabalho de mentalização” com vista ao estabelecimento de “uma envolvência que é muito urgente que aconteça” com as pessoas que podem contribuir para a recuperação dos reclusos.
O coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, há oito anos no cargo, referiu também a necessidade de criar secretariados ou equipas dedicadas àquele sector em todas as dioceses.
O padre João Gonçalves acredita que a instituição daquelas estruturas a nível diocesano vai ter implicações positivas nas paróquias, “independentemente de terem ou não um estabelecimento prisional na sua zona”.
“É das paróquias que vêm os reclusos, é para lá que voltam, e é também nelas que se encontram os familiares e os empresários que podem criar postos de trabalho para os antigos detidos, com vista à integração na sociedade”, acrescentou.
As declarações do padre João Gonçalves, também capelão do Estabelecimento Prisional de Aveiro, foram proferidas no âmbito do 7.º Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, que entre hoje e amanhã debate em Fátima o tema ‘Prisões – Um Desafio à Sociedade’.
RM