Posições católicas sobre a família não são retrógradas, assegura presidente da CEP

Bispos portugueses reúnem-se em Fátima para debater documentos sobre a família e as vocações D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), negou hoje em Fátima que a doutrina da Igreja sobre a família seja desfasada da realidade e “Muitos têm tendência em considerar a doutrina da Igreja sobre a família, que o mesmo é dizer sobre a realização amorosa do homem e da mulher, como um travão retrógrado à liberdade, à consideração de novas formas de ser, mas não é esse o espírito que nos move”, assegurou o Cardeal-Patriarca no discurso de abertura dos trabalhos da 156ª Assembleia Plenária da CEP. “Escutamos todo o sofrimento dos homens e mulheres do nosso tempo, dilacerados ou desiludidos na sua busca da felicidade; perscrutamos ansiosamente os caminhos novos que o evoluir do tempo e da história anunciam para a família; não queremos esquecer, nem abandonar, todos aqueles e aquelas que, na busca da felicidade, trilharam caminhos que a Igreja não aprova”, justificou. Os Bispos portugueses estarão reunidos de 19 a 22 deste mês, na Casa de Nossa Senhora das Dores, Santuário de Fátima, e em cima da mesa encontram-se, entre outros, os documentos sobre a família e as vocações preparados pelas respectivas comissões episcopais. O 150.º aniversário da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, o diaconado permanente e a definição do calendário das actividades da CEP para 2004-2005 são outros temas agendados para esta reunião. Em relação às vocações para o sacerdócio ou a Vida Consagrada, D. José Policarpo adiantou que “a Igreja precisa dessas vocações”, pelo que irá definir “uma pedagogia pastoral que as suscite”. TERRORISMO E ESPERANÇA Na parte inicial do seu discurso, o Patriarca falou sobre os temas candentes da actualidade, como a guerra e o terrorismo, afirmando que “o mundo tem o direito de esperar da Igreja, na sua palavra e no seu testemunho, que ela seja agora, neste momento concreto, ‘casa da comunhão’, foco de esperança e de serenidade, determinação em lutar pelo homem e pela vida, pela sua dignidade e pelo seu direito à felicidade”. D. José Policarpo enunciou “os horrores das diversas guerras que dilaceram, neste momento, a família humana e entre as quais temos dificuldade em identificar alguma que seja justa”, “os gritos de tantas vítimas inocentes”, “o pânico de populações assustadas com o fenómeno irracional do terrorismo” e “o sofrimento silencioso dos pobres, dos desempregados, dos doentes e dos solitários”. “Só a Igreja pode abraçar esse sofrimento e oferecê-lo, com o de Cristo, fazendo dele caminho de redenção”, declarou. Notícias relacionadas • Discurso do Presidente da CEP na abertura dos trabalhos da 156ª Assembleia Plenária

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