Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias, sublinha que é necessário ajusta respostas à «dimensão do problema», face à pandemia
Lisboa, 05 mar 2021 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas considera que as verbas destinadas ao setor solidário pelo Plano de Resolução e Resiliência (PRR) têm de ser “ajustadas” em face da dimensão do problema”.
“O setor social trabalha diretamente com as pessoas e precisa de requalificar os lares residenciais, o apoio domiciliário, o circuito da transição digital e a transição climática”, disse hoje Manuel Lemos à Agência ECCLESIA.
O setor quer que o PRR preveja mais do que os 583 milhões de euros dedicados a respostas sociais ou, como alternativa, a garantia de acesso a mais fundos comunitários de financiamento.
Num documento de 40 páginas elaborado pelo setor social – UMP, Confederação das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), Confederação Cooperativa Portuguesa (Confecoop) e União das Mutualidades Portuguesas (MP) – e enviado ao Governo, com contributos para o PRR no âmbito da discussão pública do plano, estas entidades dão “conta das preocupações” que sentem relativas ao assunto.
“Prometemos o estado de resiliência e recuperação que o Estado quer, nomeadamente tendo em atenção os problemas sociais que a pandemia já colocou a nu e aqueles que ainda vai pôr”, sublinhou o presidente da UMP.
O documento prevê 583 milhões de euros dedicados a respostas sociais, mas segundo Manuel Lemos “as reivindicações dos clubes de futebol” também estão nessa quantia.
Uma das sugestões lançadas também foi a “aplicação do PRR em todo o território nacional” e não apenas circunscrita a três regiões do país (Norte, Área Metropolitana de Lisboa e Algarve).
O plano de resposta à crise provocada pela Covid-19 prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções e esteve em discussão pública até segunda-feira.
LFS/OC