Presidente da CNIS destaca «desígnio nacional» de construir país «mais coeso e mais igual»
Lisboa, 21 jul 2021 (Ecclesia) – O Governo português e o setor social assinaram hoje um protocolo, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que visa investir 465 milhões de euros em respostas para a infância, pessoas com deficiência e idosos.
Na cerimónia, realizada em Lisboa, o primeiro-ministro António Costa afirmou que as Instituições de Solidariedade Social, as Misericórdias, as Mutualidades e as Cooperativas são “essenciais” para a execução do PRR.
“Em todas as áreas, identificamos intervenções que serão mais bem realizadas por estas entidades do que seriam pelo Estado”, assinalou o chefe de Governo.
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, falou por sua vez num marco “importante” para que o setor possa estar “de alma e coração neste desígnio nacional de construção de um Portugal mais coeso e mais igual”.
“Assumimos responsabilidades que não enjeitamos, porque queremos merecer e estar na história deste desafio”, destacou.
Para o responsável, este protocolo sublinha a importância do setor social, “também ele responsável pelo bem-estar e a proteção social das populações”, e representa um “reconhecimento do espaço e do mérito do setor social e solidário”, que apresentou como “um pilar do Estado Social”.
O presidente da CNIS assumiu a intenção de “transformar uma crise sanitária e social” numa “força saudável, para um Portugal mais forte, melhor, mais coeso”.
O padre Lino Maia citou o estudo realizado pela Universidade Católica (Centro Regional do Porto), em 2017, destacando que o setor social é responsável pelas únicas respostas sociais existentes em 27% das freguesias do país.
“Cada euro aplicado neste setor produz 4,20 euros, com manifestos efeitos na atividade económica e social”, acrescentou.
O responsável disse ao primeiro-ministro português que pode contar com o setor social e solidário “para liderar a Europa na execução do Programa de Recuperação e Resiliência”.
A coesão social e a igualdade, a coesão territorial, a coordenação dos serviços de saúde e proteção social, a economia ao serviço das pessoas, a eficiência e transição energética, a transição digital e o ecossistema são um benefício para o setor mas também são um dever do setor”
António Costa destacou que o setor social é “quem está em melhores condições para completar a rede de cuidados continuados integrados, com mais 5500 camas”, referindo que o mesmo se passa no aumento dos cuidados domiciliários.
Na cerimónia intervieram também as ministras de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva; e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho
Esta última afirmou que a assinatura do acordo é “um reforço decisivo na parceria virtuosa entre o Estado e o setor social para executar o PRR de forma eficiente, útil para as pessoas e transparente”.
OC