Portugal precisa de melhores cuidados paliativos

A aposta nos centros de cuidados paliativos em Portugal ainda se encontra muito no “princípio” e longe do que seria desejável. O alerta foi deixado ontem pelo Pe. Vítor Feytor Pinto, coordenador nacional da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde (CNPS). “Em Portugal ainda estamos no princípio, ao nível das Instituições, nos cuidados paliativos, apesar de haver muita gente mobilizada”, alertou, para destacar que estes cuidados são essenciais para responder “aos sofrimentos” dos doentes incuráveis e em fase terminal. No Dia Mundial do Doente, este responsável referiu que a aposta no acompanhamento da fase final da vida nasce da necessidade de dar “qualidade de vida calma, serena e suficientemente humana” a essas pessoas. O Pe. Feytor Pinto lembrou que a doença é “um limite humano” que, em determinadas situações, não pode ser ultrapassado, exigindo um acompanhamento muito próximo. Bento XVI, na sua mensagem para esta jornada, considera que os doentes terminais e os chamados “incuráveis” devem ser tratados com atenção e com todos os meios necessários para respeitar a sua dignidade. “A Igreja apoia os doentes incuráveis e terminais, pedindo políticas sociais justas que ajudem a eliminar as causas de muitas doenças e pedindo uma atenção cada vez maior para com aqueles que estão a morrer e para os doentes que não têm nenhuma cura disponível”, refere o texto. O Papa sustenta que é preciso “colocar o acento tónico, mais uma vez, na necessidade de centros de cuidados paliativos, que ofereçam ao doente uma cura integral, seja do ponto de vista humano, seja espiritual”. Este, acrescenta, “é um direito de todos os seres humanos que deve ser defendido”. A Igreja estabeleceu esta efeméride na data em que se comemora a aparição de Nossa Senhora, em Lourdes, a 11 de Fevereiro de 1858. Este ano o Dia mundial do doente teve como centro a cidade de Seul, na Coreia do Sul, com a presença do delegado papal, o Cardeal Javier Lozano Barragan. O coordenador do CNPS presidiu a uma celebração eucarística na capela do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Na sua homilia, o Pe. Feytor Pinto citou João Paulo II para frisar que a saúde “é um estado de harmonia integral”. Nesse sentido, é essencial, quando a dificuldade “bater à nossa porta”, ser capaz de a ultrapassar “sentindo-nos bem e capazes de ajudar os outros”. Lembrando que “Deus não quer a doença de ninguém”, este responsável destacou que o sofrimento, do ponto de vista católico, pode ter um significado “redentor”.

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