Portugal: Jesuítas debatem prioridades para os próximos anos

Intervir mais na sociedade sobretudo nas «dimensões da justiça, da cultura e do diálogo inter-religioso» é um dos grandes objetivos

Braga, 28 ago 2013 (Ecclesia) – Os jesuítas portugueses vão reunir entre hoje e sábado, na Casa da Torre em Soutelo, Arquidiocese de Braga, para debaterem linhas de ação para os próximos seis anos.

A iniciativa, que começa esta noite, vai ter como pontos prioritários “a educação e evangelização da juventude, o apostolado intelectual e a intervenção cultural, e a promoção da justiça social”, adianta o responsável pela Companhia de Jesus em Portugal, em declarações à Agência ECCLESIA.

Segundo o padre Alberto de Brito, a congregação desenvolve atualmente a sua missão em “nove paróquias”, é responsável por “uma faculdade de Filosofia em Braga”, coordena “três colégios com um total de cinco mil alunos” e realiza animação pastoral junto de cerca de “400 alunos universitários”.

“Há 38 anos os centros universitários eram sobretudo para estudantes acabados de chegar à universidade, mas depois vem o mundo dos jovens profissionais, depois as famílias, hoje eles são cada vez mais centros pastorais integrados e para milhares de pessoas, sobretudo em Lisboa e no Porto, acabam por ser a comunidade cristã de referência”, realça o sacerdote.

No que diz respeito à atuação da Companhia de Jesus, junto das novas gerações e das comunidades onde elas estão inseridas, “interessa sobretudo ajudar as pessoas a pensarem e a viverem segundo os critérios de evangelho”.

Outras estruturas decisivas para a concretização deste objetivo, para além dos projetos paroquiais e dos polos educativos atrás referidos, são as duas casas de espiritualidade que a congregação ergueu em Soutelo (Braga) e em Rodízio (Sintra), que acolhem atualmente milhares de pessoas ao longo do ano.

De acordo com o superior provincial dos jesuítas, a crise económica e social levou as pessoas “a procurarem mais” os serviços e o programa espiritual e cultural proposto pelas duas casas.

“Quando veem tudo a abanar e muita coisa a mudar, então as pessoas perguntam afinal o que é que importa, afinal o que é que dura, o que é que tem futuro”, trata-se de uma realidade que “questiona, que provoca”, aponta o religioso, que destaca depois a necessidade de um apostolado cultural mais cuidado.

“Tem de haver mais profundidade e mais qualidade, não funcionar com chavões ou títulos de caixa alta que venham nos jornais ou na comunicação social, e hoje em dia há pouco tempo, pouco espaço, pouca abertura”, lamenta.

Os jesuítas pretendem aproveitar melhor as potencialidades do centro Brotéria, em Lisboa, e particularmente da biblioteca da revista Brotéria, com mais de 170 mil volumes, colocando-a “mais ao serviço da população”.

A ideia, no futuro, é “desenvolver um esforço de intervenção na sociedade enraizado na fé cristã e que procure chegar às dimensões da justiça, da cultura e do diálogo inter-religioso”.

“Ao nível da formação catequética das crianças, há uma rede que chega a todo o lado, aos adolescentes menos, aos jovens pouquíssimo, e para os adultos, que são quem mais precisam, não há nada. É preciso inverter qualquer coisa e investir aqui recursos é um desafio e uma fronteira grande”, conclui o sacerdote.  

JCP

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