Médico de 72 anos presidia ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e participou em vários debates promovidos pela Igreja Católica
Lisboa, 27 out 2016 (Ecclesia) – O neurocirurgião João Lobo Antunes, presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, faleceu hoje aos 72 anos de idade.
Com um longo currículo ligado à investigação e defesa da vida, realçado através da receção de distinções como o ‘Prémio Pessoa’ em 1996 e o ‘Prémio Nacional de Saúde’ em 2015, João Lobo Antunes foi também um homem empenhado no diálogo entre a ciência e a religião, participando em diversas iniciativas da Igreja Católica.
Em 2012, juntou-se em Braga ao presidente do Conselho Pontifício para a Cultural, o cardeal Gianfranco Ravasi, e ao ensaísta Eduardo Lourenço, para debater o ‘Valor da Vida’ no Átrio dos Gentios.
“As grandes questões da sociedade contemporânea existem por si mesmas, independentemente de ideologias de inspiração laicas ou religiosas”, disse na altura o médico, durante o evento, dedicado ao diálogo entre crentes e não-crentes.
O neurocirurgião apresentou-se como ‘gentio’ e destacou a importância do “funcionamento harmónico” de corpo e espírito para compreender o sentido e a dignidade da vida.
João Lobo Antunes disponibilizou-se também ao longo dos anos para participar em vários debates e colóquios nas dioceses portuguesas, dedicados à defesa da vida e do olhar para a realidade através da saúde, da ética e da cultura.
Em entrevista ao programa ‘70×7’, na Páscoa de 2014, o falecido neurocirurgião abordou os temas da vida, da morte e da ressurreição, apresentando-se como “um angustiado metafísico”.
“Não podemos ignorar, como obrigação ética, a dimensão espiritual do sofrimento”, sublinhava.
O médico falou da sua "admiração, respeito" pela figura de Jesus Cristo, pelos ensinamentos do Evangelho e pelo pontificado do hoje Papa emérito Bento XVI.
JCP/PR/OC