Portugal empenhado na promoção do diálogo intercultural

A Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural defendeu ontem, em Braga, que Portugal é um país empenhado na promoção da diversidade cultural. «Num quadro de respeito mútuo dentro da lei, promove-se a afirmação da riqueza da diversidade em diálogo. Mais do que uma coexistência pacífica de diferentes comunidades, o modelo Intercultural afirma-se no cruzamento e miscigenação cultural, sem aniquilamentos, nem imposições», declarou Rosário Farmhouse. Esta responsável falava na Universidade do Minho, no encerramento da conferência “Comunicação intercultural – perspectivas, dilemas e desafios”, que ao longo do dia juntou investigadores de diversas ciências sociais e humanas, nacionais e estrangeiros. Rosário Farmhouse lembrou que Portugal tem «uma longa história de país de emigrantes», sendo que «um terço da população de origem portuguesa vive emigrada e espalhada pelo mundo». No entanto, no final do século XX, tornou-se também «um país de acolhimento de imigrantes», de modo que, actualmente, «pessoas de mais de 150 nacionalidades constituem já cerca de cinco por cento da população residente e dez por cento da população activa em Portugal». «Este novo contexto exigiu da sociedade portuguesa o desenvolvimento de uma política de acolhimento e integração de imigrantes mais consistente, designadamente através de iniciativas legislativas e respostas operacionais muito concretas», explicou. A Alta Comissária vincou que, «com esta realidade, a opção portuguesa perante a diversidade cultural passa pela afirmação do princípio da interculturalidade». Em seu entender, o diálogo de culturas é «um dos temas centrais deste século», exigindo «o insubstituível contributo da sociedade civil». «A interculturalidade começa em cada um de nós. Por muito que o Estado faça, nada se conseguirá se cada um não tiver essa atitude», alertou. Esta questão ganha particular relevância em 2008, que o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia declararam como Ano Europeu do Diálogo Intercultural, «na perspectiva de reforçar a construção de uma identidade europeia comum».

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