«Um dos maiores desafios é a falta de padres para atender as comunidades» – padre Gabriel Timchyk
Lisboa, 08 jun 2021 (Ecclesia) – Os bispos responsáveis pelo setor das migrações da Igreja Greco-Católica da Ucrânia (UGCC) e da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) estiveram hoje reunidos, em Lisboa, após a eleição do novo coordenador nacional para a capelania ucraniana.
“Um dos maiores desafios é a falta de padres para atender as comunidades, há muitos ucranianos, vivem em muitas partes do país e o maior problema é que temos poucos padres na região do norte”, disse o novo coordenador da Capelania Greco-Católica Ucraniana em Portugal, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre Gabriel Timchyk, que pertence à Ordem Basiliana de São Josafat e está na Diocese de Leiria-Fátima, assinala que, este ano, há um novo padre da Ucrânia que está na Diocese de Aveiro e acompanha os fiéis que estavam sem sacerdotes, mas há “comunidades sem acompanhamento” e precisam “de alguém para estar presente na vida das comunidades na zona do Porto, de Braga”.
O sacerdote católico ucraniano e a sua equipa foram eleitos para o próximo triénio e a prioridade é continuar o trabalho realizado até agora, respondendo à nova realidade que surgiu com a pandemia de Covid-19 e o confinamento.
As pessoas ficaram fechadas e começamos em quase todas as comunidades a transmitir online e ainda continuamos quando já está tudo aberto e não há dificuldade em frequentar a Igreja. Há muitas pessoas que não podem vir mas desta maneira são integrados na vida da Igreja, da paróquia, e podem participar online”.
A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), da CEP, que hoje participou nos trabalhos da UGCC, realça o “potencial evangelizar” das comunidades migrantes para o país, e que a forma como vivem a espiritualidade “é um dom e uma riqueza”.
“O que testemunhamos com os sacerdotes e com a comunidade ucraniana é o que a nossa diáspora vive lá fora: A importância do encontro, a importância de viver a fé. A importância deste sinal que dão e que ajuda a Igreja a crescer e a ser mais católica. A Igreja é mais católica assumindo esta sua diversidade”, referiu Eugénia Costa Quaresma à Agência ECCLESIA.
Já D. Daniel Henriques, bispo que acompanha o setor das migrações na Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, observou que o bispo ucraniano do setor apresentou o trabalho que realiza esta capelania e “algumas preocupações”, nomeadamente com a “pandemia e como regressar à vida cristã e vida sacramental”
“Estes padres do rito greco-católico estão presentes em mais de metade das dioceses e a ligação mais do que com a CEP é com os bispos diocesanos. O trabalho que desenvolvem, acompanham as comunidades ucranianas e colaboram muito nas dioceses e temos párocos”, acrescentou.
Esta segunda-feira, 14 padres da Igreja Greco-Católica da Ucrânia em Portugal estiveram reunidos num encontro de formação e espiritualidade dedicado à “vida matrimonial” e aos problemas do mundo de hoje nas comunidades.
“Nas famílias, o divórcio, a questão do género, a violência doméstica e as segundas uniões, depois de um primeiro casamento na Igreja e agora não conseguem participar na plenitude dos sacramentos e na paróquia”, explicou o padre Gabriel Timchyk.
CB/OC