Portugal: Banco Alimentar promove recolha de alimentos com vales e plataforma online

«Ajudar a preencher o vazio» é o mote da campanha, que este ano não tem voluntários nos supermercados

Lisboa, 19 mai 2020 (Ecclesia) – Os Bancos Alimentares Contra a Fome em Portugal vão realizar a primeira campanha de recolha de alimentos deste ano através de vales nos supermercados e online, de 21 a 31 de maio, sem ajuda de voluntários por causa da pandemia.

“Às pessoas mais vulneráveis que, em resultado das medidas decretadas para conter a propagação da pandemia, ficaram privadas da assistência alimentar que normalmente recebem, vieram juntar-se mais cerca de 60 000 pessoas, vítimas da situação gerada por esta nova realidade que vivemos”, explica a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, Isabel Jonet afirma que “a ajuda não pode parar, muito menos agora quando é ainda mais preciso”.

Com o lema ‘Ajudar a preencher o vazio’, vai ser possível apoiar a primeira campanha dos Bancos Alimentares Contra a Fome em Portugal deste ano através da ‘Ajuda Vale’, onde podem escolher produtos nas caixas dos supermercados, e no sítio online de doação – alimentestaideia.pt – entre 21 e 31 de maio – modalidades que já eram possíveis em anos anteriores para além da presença dos voluntários.

“Quando não temos as pessoas nos supermercados temos de ser inovadores: vamos ter vales e vamos ter comunicação transformando cada pessoas que vai à loja num voluntário”, assinalou recentemente Isabel Jonet em declarações à Agência ECCLESIA.

A campanha do mês de maio quer “sensibilizar os portugueses” para que “preencham o vazio das muitas famílias” que são afetadas por um cenário de “carência alimentar todos os dias” e agora essa situação foi “agravada”.

Os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 23.382 toneladas de alimentos – com o valor estimado de 31,7 milhões de euros -, num movimento médio de 93,5 toneladas por dia útil, assistindo 2400 instituições, em 2019.

Este ano, disse a presidente dos Bancos Alimentares Contra a Fome, “há muitos mais pedidos de apoio” por causa da pandemia de Covid-19 e contabilizou “à volta de 59 mil pessoas” que se somam as 380 mil” que já ajudavam.

“Neste momento temos uma pobreza conjuntural muito severa de pessoas que não sabiam o que era estar em pobreza. E são pessoas que tinham profissões liberais, eram feirantes, ou tinham um táxi, que nunca viveram em pobreza e não sabem lidar com essa situação”, explicou Isabel Jonet, na última semana, depois de ser recebida pelo presidente da República em Belém.

O Banco Alimentar foi criado em Portugal em 1991 com a missão de “lutar contra o desperdício e distribuir apoio a quem mais precisa de se alimentar”, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário. E a rede (21) está nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Zona Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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