Portugal: Associação de Cuidados Paliativos pede «criação, reforço e desenvolvimento» das equipas domiciliárias

Associação assinala «prioridade» ao desenvolvimento de uma Rede Nacional de Cuidados Paliativos «mais robusta», que chegue a todos os portugueses, onde «sejam necessários estes cuidados»

Porto, 03 jan 2024 (Ecclesia) – A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) apelou aos governantes e decisores políticos a “criação, reforço e desenvolvimento” das equipas comunitárias de suporte, “imprescindível para a melhoria dos cuidados de saúde”.

“Enquanto noutros países se refletem medidas de reforço às equipas domiciliárias de cuidados paliativos, para que cada vez mais se consiga suportar esta tendência e o apoio especializado em fim de vida, em Portugal continuamos com várias regiões desprovidas de qualquer apoio por este tipo de equipas, sem as quais o planeamento e acompanhamento adequados nesta fase da vida se tornam praticamente impossíveis”, afirma a APCP, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos destaca que foi publicado hoje “o maior estudo internacional da área”, “o primeiro a mostrar o impacto da pandemia de Covid-19 nesta tendência sobre o local de morte,”, que indica que o domicílio foi o “mais frequente na maioria” dos 32 países estudados, onde “Portugal foge à regra”, com exceção dos portugueses com doença oncológica.

A APCP explica que durante a pandemia, enquanto se sensibilizava para as pessoas permanecerem em casa, várias equipas de cuidados paliativos “foram desagregadas”, e vários profissionais desta área destacados para outros serviços, e assinala que a ausência de acompanhamento adequado levou, por exemplo, “que se tornasse impraticável” que, em situação de doença avançada que implica sofrimento físico/social/psicológico/, estes doentes pudessem ver respeitado o “desejo de permanecer até ao fim da sua vida na sua casa, junto das suas famílias”.

Neste sentido, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos salienta que o estudo “evidencia” as insuficiências que têm vindo “sistematicamente a reportar”, e destaca a importância do desenvolvimento de uma Rede Nacional de Cuidados Paliativos “mais robusta” e que chegue a todos os portugueses.

A associação reitera o seu apelo aos governantes e decisores políticos para a “criação, reforço e desenvolvimento das Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos”, de adultos e pediátricas, “imprescindível para a melhoria dos cuidados de saúde” das pessoas que se encontram em “situação de doença grave avançada” e para a eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A APCP informa que este “importante estudo”, liderado pela investigadora portuguesa Bárbara Gomes e publicado na revista eClinMed (grupo Lancet), pode ser consultado online.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos congrega profissionais de diferentes áreas – medicina, enfermagem, psicologia, serviço social, reabilitação, nutrição, espiritualidade, entre outros – que se interessam pelo desenvolvimento dos Cuidados Paliativos em Portugal.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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