Portugal: União de esforços contra a pandemia deve ser replicada na luta contra a pobreza

Representação portuguesa da Rede Europeia Anti-Pobreza divulgou uma mensagem para o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Lisboa, 17 out 2020 (Ecclesia) – A representação portuguesa Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN – European Anti Poverty Network) divulgou uma mensagem para o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que hoje se assinala, desafiando à “união de esforços” em torno de uma causa mundial.

“A União de esforços, de saberes, de vontades tem sido usada para encontrar a vacina contra a pandemia. A União pode e deve ser replicada noutros domínios da vida social e económica, nomeadamente, na Luta Contra a Pobreza”, afirma o documento.

A EAPN refere que a “resposta da União Europeia a esta crise revela que a solidariedade entre os povos continua a ser a bandeira da Europa” e afirma que a ajuda financeira deve ser utilizada “para apoiar áreas chave como a saúde, a ação social, a habitação, o emprego, a educação”.

“Sabemos que as situações mais gravosas atingem sobretudo os mais desfavorecidos. A pandemia da COVID-19 colocou em evidência a crise sistémica que atravessávamos há décadas, aprofundando as desigualdades estruturais pré-existentes de natureza diversa (económicas, sociais, de género, etc.)”, lembra.

“É tempo de apostar em mecanismos e estratégias que permitam prevenir e colmatar situações de pobreza, através da implementação de uma Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza que possua recursos e instrumentos suficientes e que seja capaz de envolver todos os atores neste mesmo propósito”, afirma.

Para a EAPN é necessário “agora mais do que nunca” que “este compromisso se concretize” através de “consensos” que favoreçam esta Estratégia.

“Sabemos que os mais pobres sentem os efeitos da pandemia de forma mais aguda, porque não se podem proteger devidamente, porque não possuem um rendimento adequado, porque não possuem habitação condigna, porque exercem atividades com maior risco e exposição e que são essenciais para o funcionamento da sociedade”, recorda o documento.

A EAPN defende “um rendimento adequado para todos os cidadãos quer estes estejam dentro ou fora do mercado de trabalho”.

“Só assim poderemos enfrentar esta crise de uma forma mais igualitária. Não conseguiremos ter uma sociedade saudável, capaz de crescer, de criar emprego e riqueza se não cuidarmos de todos os cidadãos”, sublinha a Rede Europeia.

Na mensagem para este 17 de outubro de 2020, a EAPN diz que é “importante que este ano represente um ano de aprendizagem em todos os setores de atividade, para todos os atores socioinstitucionais, para todos os cidadãos”.

“Esperamos ser capazes de caminhar juntos no sentido certo: o sentido de uma maior justiça e equidade social. Para isso precisamos de mobilizar toda a sociedade e precisamos de coragem e responsabilidade por parte dos nossos decisores políticos”, conclui o documento.

PR

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Agência ECCLESIA

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