Porto: Missionários da Consolata preparam «ceia de Natal» para os refugiados residentes

Antigo Seminário de Águas Santas, na Maia, acolheu mais cinco refugiados do Paquistão, Guiné e Serra Leoa

DR – Três refugiados da Guiné e Serra Leoa

Porto, 18 dez 2020 (Ecclesia) – José Miranda, membro da Fundação José Allamano dos Missionários do Consolata, disse à Agência ECCLESIA que, nos últimos dias, receberam mais cinco refugiados e a celebração do Natal será “uma realidade” com ceia especial.

“Já tínhamos previsão desta chegada, recebemos dois jovens paquistaneses, de 18 anos, que estavam ao abrigo dos protocolos de menores, estavam na Grécia à procura de asilo internacional e até já conheciam Portugal através da Internet, sabendo que tinha bom clima”, conta José Miranda.

Os jovens, “que saíram do seu país com 15 anos, são os irmãos mais velhos da família e saíram para procurar uma vida melhor”, chegaram ao Porto e foram logo “bem acolhidos” pelo restante grupo de refugiados que se encontra no antigo Seminário de Águas Santas, na Maia, desde outubro.

“Depois de estarem um ano na Turquia, onde nos disseram que a situação não foi fácil em Istambul, chegaram a nós muito humildes, muito simpáticos e cheios de vontade em continuar a estudar ou em obter uma formação que lhes permita uma profissão condigna, sobretudo um deles que sabe bem inglês”, refere.

Depois, esta quinta-feira, chegaram três refugiados, dois da Guiné-Bissau e um da Serra Leoa, que agora se juntam ao grupo onde até já havia conhecidos.

“Viemos a descobrir, ainda na viagem até ao Porto, que estes jovens conheciam alguns dos rapazes que já estão connosco, uma vez que tinham estado no mesmo campo de refugiados na Líbia, antes de atravessar o Mediterrâneo, onde fizeram os mesmos trabalhos”, explica.

O responsável descreve que este “reencontro foi impressionante” entre os refugiados que já se conheciam, “alguns deles separados há mais de um ano” mas de um “acolhimento extraordinário e alegria grande entre eles”.

Parece que começa aqui uma nova temporada da mesma série, uma nova temporada da vida deles”.

A primeira fase de adaptação dos refugiados que chegam agora é “facilitada” pelo grupo coeso que já ali reside e fazem “eles próprios o acolhimento, transmitindo confiança aos que chegam”.

A casa encontra-se assim “mais composta”, ainda com nove camas para receber outros refugiados que, entretanto, chegarão no início do ano, mas agora já se pensa no Natal, apesar de nem todos o celebrarem “haverá um jantar especial”.

“Normalmente eles são autónomos para cozinhar mas no dia 24 de dezembro a ceia estará ao nosso encargo, eles estão contentes por fazermos isso, já não são hóspedes, vai-se percebendo um ambiente familiar”, assume.

José Miranda adianta que os refugiados têm “grande respeito” por todos, num “ambiente amigável e de partilha”, numa ajuda nos espaços comunitários e em “relação próxima de conversa” com os sacerdotes que ali vivem na residência.

Os jovens refugiados estão ali de passagem sabendo que, “após 18 meses terão de ser autónomos”, o responsável acredita que esta seja uma fase muito boa de formação, integração e socialização.

O projeto “De alma e coração!…” da Fundação José Allamano dos Missionários do Consolata tem servido de base para a ajuda no acolhimento a estes refugiados.

SN

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