«Não queremos que seja só um espaço para ver a paisagem, mas que as pessoas tenham aqui um encontro com a cultura, que seja marcante» – Padre Manuel Fernando
Porto, 19 abr 2024 (Ecclesia) – A Irmandade dos Clérigos, na Diocese do Porto, está a assinalar os 10 anos da “grande obra de reabilitação” que permitiu a reabertura da torre e da igreja, espaços, segundo o seu presidente, de “encontro com a cultura”.
“Não queremos que seja só um espaço para ver a paisagem, mas que as pessoas tenham aqui um encontro com a cultura, que seja marcante, e que, depois, para este mundo de fora, seja também uma referência para quem quer visitar o Porto encontrar aqui sempre algo de novo, narrativas com esperança, com qualidade, com história, no fundo, falando o melhor do nosso património”, disse o padre Manuel Fernando à Agência ECCLESIA.
A Irmandade dos Clérigos recorda que o dia 12 de dezembro de 2014 ficou marcado pela “reabertura da Torre e da Igreja” depois da “grande obra de reabilitação”, o seu presidente lembra que numa determinada altura o espaço dos Clérigos “perdeu algum fulgor, não chegavam a 100 mil visitantes até por ano” e estava degradado, “com pouca qualidade para ser visitável”.
“Com a iniciativa do D. Américo [Aguiar] e também do D. Manuel Clemente e a direção resolveram reabilitar o espaço para o abrir e oferecer outra vez à cidade. Apesar de haver muita gente da cidade que passa completamente ao lado do que é os Clérigos há este esforço de reabilitar, para lhe dar qualidade, dar-lhe narrativa histórica e, no fundo, ser um espaço de excelência. Ser, talvez, das mais bonitas salas de visita do Porto, que não só oferece cultura, arte, música, arquitetura, escultura, no seu auge do Barroco, como também oferece uma varanda lindíssima e uma vista lindíssima sobre a cidade do Porto”, desenvolveu.
O padre Manuel Fernando destaca que a reabilitação “abriu as portas de novo” de um espaço que “é visitado por milhares de pessoas”, no dia 10 de abril, celebraram o visitante 8 milhões, com a visita do presidente do Município do Porto, Rui Moreira: “É, no fundo, dizer que é um espaço que mostra o melhor do Porto e quer ser um espaço aberto para todos”.
O sacerdote explica que nas várias iniciativas que têm desenvolvido, querem “sempre que este seja um espaço eclético”, aberto a todos na visita dos turistas, mas também “na promoção de conteúdos, na promoção de reflexões”, que na sua diversidade “compõe aquilo que é o tecido de uma Igreja”.
Esta quarta-feira, a igreja dos Clérigos acolheu a apresentação do livro ‘25 de Abril: permanências, ruturas e recomposições’, publicado no âmbito das comemorações dos 50 anos da democracia em Portugal, com coordenação científica do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), edição da ECCLESIA, e publicado com o apoio da Irmandade dos Clérigos.
“Naturalmente, os Clérigos não podiam estar fora porque também viveu essa experiência, também procura promover aquilo que é democratização da cultura e, sobretudo, promover o desenvolvimento”, acrescentou o presidente da Irmandade dos Clérigos.
Em declarações após a apresentação do livro ‘25 de Abril: permanências, ruturas e recomposições’, esta quarta-feira, o padre Manuel Fernando salientou que se um dos últimos artigos desta publicação reflete sobre a ‘Casa dos pobres’, inserido no capítulo do ‘desenvolvimento’, recorda que a Irmandade dos Clérigos “era a irmandade do clero pobre para apoiar os mais pobres”, e não se pode “esquecer que o desenvolvimento é a melhor forma de responder à pobreza”.
CB/OC