Porto: Diocese publica decreto que abre caminho à beatificação de D. António Barroso

Bispo do Porto convida comunidades a rezar pela canonização do prelado e missionário

Porto, 26 jul 2017 (Ecclesia) – A Diocese do Porto divulgou o decreto que abre caminho à beatificação de D. António Barroso, bispo desta comunidade e missionário (1854-1918), “um passo determinante” neste processo.

“O texto do Decreto da Congregação para as Causas dos Santos oferece-nos, em breve síntese, um belíssimo testemunho de santidade de D. António Barroso, que mereceu o reconhecimento da Igreja e a aprovação dada pelo Papa Francisco à declaração pública das suas virtudes heroicas”, explica D. António Francisco dos Santos, atual bispo do Porto, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O responsável fala da vida e ministério episcopal de D. António Barroso como uma “bênção”, no serviço da Igreja no Porto, depois de “um longo percurso pastoral que o levou a Angola, a Moçambique e a Meliapor, na Índia”.

“Esta é a hora de continuarmos a trabalhar e a rezar pela canonização de D. António Barroso”, acrescenta D. António Francisco dos Santos.

O ‘Decreto sobre as Virtudes do Servo de Deus D. António José de Sousa Barroso’, do Vaticano, é acompanhado por um texto de monsenhor Arnaldo Pinto Cardoso, postulador da Causa de Canonização.

“É um gesto de justiça por parte da Igreja, que ele serviu com tanta dedicação e fidelidade, propondo-o como modelo e ‘varão justo’. O seu perfil de missionário e de bispo é de tal forma imponente que só a incúria ou a distração poderiam explicar o seu esquecimento ou o deixar na penumbra uma figura eminente de pastor”, escreve o responsável.

O decreto pontifício está disponível para consulta no site da Diocese do Porto.

O Papa Francisco aprovou a 17 de junho a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” de D. António Barroso, uma fase central do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade.

António José de Sousa Barroso nasceu em Barcelos a 5 de novembro de 1854 e faleceu a 31 de agosto de 1918; formou-se no Colégio das Missões Ultramarinas de Cernache do Bonjardim, de 1873 a 1879.

Ordenado sacerdote missionário em 20 de setembro de 1879, foi missionário no Congo, Angola, de 1880 a 1891; foi bispo missionário em Moçambique, de 1891 a 1897, e em Meliapor, na Índia, de 1897 a 1899, antes de assumir a Diocese do Porto.

O prelado destacou-se como missionário, ficando célebre pela forma como lutou contra a perseguição feita à Igreja Católica por Afonso Costa, na sequência da implantação da República Portuguesa.

Em março de 2015, D. António Francisco dos Santos encerrou os processos canónicos de inquérito a duas curas miraculosas atribuídas à intercessão de Sílvia Cardoso e D. António Barroso, cujas conclusões seguiram para Roma.

A aprovação de um milagre é agora o passo necessário para a proclamação destas figuras da Igreja Católica como beatos.

OC

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