Porto: Diocese anuncia afastamento temporário de três sacerdotes, após investigação interna

Decisão tomada após análise da liste de sete nomes, fornecida pela Comissão Independente

Foto: João Lopes Cardoso/Diocese do Porto

Porto, 16 mar 2023 (Ecclesia) – A Diocese do Porto anunciou hoje o afastamento temporário de três sacerdotes, após uma investigação interna à lista de sete nomes entregue pela Comissão Independente (CI) a D. Manuel Linda.

“No âmbito da investigação interna sobre os nomes constantes da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o bispo do Porto decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a atividade pastoral”, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O comunicado segue-se a uma nota divulgada a 10 de março, em que a diocese anunciava que tinha sido “iniciada a investigação prévia a respeito dos sete clérigos vivos”.

“Nos arquivos diocesanos, não se encontra qualquer indício de possíveis crimes de abusos, tal como, aliás, o Grupo de Investigação Histórica já tinha verificado. À Comissão Diocesana para o Cuidado dos Frágeis também não chegou qualquer denúncia relativamente a estes nomes”, podia ler-se.

Segundo o comunicado, estavam a decorrer diligências, que incluíram reuniões do bispo diocesano, D. Manuel Linda, com várias pessoas, “à procura de eventuais informações complementares” que pudessem justificar a implementação de medidas.

“Se, entretanto, aparecerem indícios fiáveis, o bispo diocesano não hesitará em suspender preventivamente o clérigo em causa”, acrescentava a Diocese do Porto.

O bispo tem o direito, desde a abertura da investigação prévia, de impor medidas cautelares – que são um ato administrativo -, entre as quais o afastamento ou proibição de exercício público do ministério.

A Diocese do Porto recebeu uma lista com 12 nomes, no total, que foi entregue ao Ministério Público por D. Manuel Linda; desses sacerdotes, quatro já faleceram e um já não pertence à diocese.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja (CI) em Portugal apresentou a 13 de fevereiro um relatório, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022, e entregou aos responsáveis católicos de Portugal uma lista com nomes de alegados abusadores, no dia 3 de março.

O Vaticano disponibiliza desde 2020 um “vade-mécum” para ajudar os bispos e responsáveis de institutos religiosos no tratamento de denúncias de abusos sexuais de menores.

OC

 

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