Porto acolhe celebração ecuménica nacional

Num caminho que nunca está feito, Igrejas cristãs partilham actividades e traçam projectos de acolhimento e diversidade Duas varas separadas são expostas durante o acto penitencial demonstrando a desunião do povo de Deus. A separação pode e deve ser vencida, por isso, num segundo momento, as duas varas são unidas em cruz e colocadas junto da pia baptismal, símbolo do baptismo comum em Jesus Cristo. Um momento simbólico, inspirado na visão do profeta Ezequiel que ilustra o caminho de separação entre as Igrejas cristãs e o processo de retorno à fonte onde as confissões religiosas se unem. A celebração ecuménica nacional que esta noite, 22 de Janeiro, a cidade do Porto acolhe será um momento de união. A presidência da celebração ecuménica será partilhada pelo bispo Fernando Soares Loja, da Igreja Lusitana, pelo Presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo, D. Manuel Felício, pelo bispo do Porto, D. Manuel Clemente, da Igreja Metodista, pelo ispo Cifredo Teixeira e também por clérigos da Igreja Presbiteriana, Igreja Evangélica alemã do Porto, da Igreja Ortodoxa do Porto, entre representantes nacionais, numa organização da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC). Durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos muitas são as iniciativas que decorrem de Norte a Sul do país. Elas são expressão de um trabalho que decorre ao longo do ano. Foi há 10 anos que a diocese do Porto deu início a este processo, que culminou há quatro anos com a constituição da Comissão Ecuménica diocesana. Dela fazem parte a Igreja Católica Romana, a Igreja Metodista, a Igreja Lusitana, a Igreja Evangélica do Porto e a Igreja Ortodoxa. Jorge Pina Cabral, Presbítero da Igreja Lusitana, explica à Agência ECCLESIA que este é um trabalho assente na partilha de recursos humanos e materiais de diversas Igrejas. “A Comissão procura criar actividades que conduzam à vivência ecuménica na cidade. Temos organizado celebrações religiosos ecuménicas, encontros de formação e de debate”. Um dos projectos mais recentes está a ser desenvolvido junto da pastoral do turismo para que “turistas e imigrantes possam conhecer a realidade e diversidade religiosas na cidade”, explica o presbítero da Igreja Lusitana. Está a ser preparado um folheto explicativo da realidade ecuménica, contendo também informações sobre os diversos templos e horários de celebrações. “Estamos perante uma realidade ecuménica, muitas vezes desconhecida e os serviços religiosos na cidade podem ser resposta a muitos turistas que procuram”, explica Jorge Pina Cabral. A comissão reúne ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente quando necessário. No trabalho “a partilha é essencial de forma a conhecer o que cada Igreja realiza”, frisa. A Comissão procura também ser ponte entre os grupos que na cidade realizam trabalho ecuménico. O grupo ecuménico jovem do Porto, a pastoral universitária, o grupo inter-confessional, o trabalho de mulheres de várias Igrejas são apenas alguns exemplos realizados em áreas tão diferentes como o apoio aos mais necessitados, a ecologia ou o trabalho com os imigrantes. “Editamos para 2009, um roteiro ecuménico de oração, a ser distribuído ao longo desta semana, que inclui informações sobre as celebrações ecuménicas nas diversas igrejas neste ano de 2009”, relata Jorge Pina Cabral. Este é um trabalho que não está feito. O presbítero explica que na celebração ecuménica “os cristãos abrem-se à acção do Espírito Santo e, por isso, estamos abertos e sensíveis a novos caminhos”.

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