Porto: 60 anos da «Carta a Salazar» e 50 do regresso de D. António Ferreira Gomes assinalados «festivamente»

Diocese promoveu colóquio com a participação de quem conviveu com o antigo bispo do Porto e apresenta, na noite desta sexta-feira, uma sessão teatral e musical

Porto, 18 out 2019 (Ecclesia) – O presidente da Fundação SPES refere que a homenagem que está a decorrer, esta sexta-feira, na cidade do Porto pretende celebrar “festivamente” os 50 anos do regresso de D. António Ferreira Gomes à diocese e o trabalho “feito depois do exílio”.

Para celebrar os 50 anos do regresso de D. António Ferreira Gomes do exílio e os 60 anos da carta a Salazar, a Fundação SPES e o Cabido da Sé do Porto organizam, esta sexta-feira, um colóquio e um momento de teatro e música que pretende homenagear o trabalho realizado por este bispo na diocese, referiu à Agência ECCLESIA José Ferreira Gomes, presidente da Fundação SPES.

Falecido a 13 de abril de 1989, D. António Ferreira Gomes “continua a ser uma pessoa recordada” na Igreja em Portugal e, “especialmente na Diocese do Porto”, frisou.

No início da tarde decorreram reflexões, no Auditório do Paço Episcopal do Porto, que contou com uma intervenção de José Barreto que falou sobre «O exílio do Bispo do Porto e a diplomacia da Santa Sé» e do historiador e do historiador Paulo Fontes que apresentou uma reflexão sobre «D. António Ferreira Gomes e o movimento católico do século XX».

“Também estiveram intervenientes que conviveram com D. António Ferreira Gomes e outros que fizeram estudos sobre o pensamento dele”, sublinhou José Ferreira Gomes.

Na noite de hoje, o presidente da Fundação SPES, espera uma “catedral repleta” com a encenação dos pensamentos de D. António Ferreira Gomes pelos atores da Companhia Seiva Trupe e acompanhados pelo Coro da Sé do Porto.

Nesta homenagem foi encomendada uma “peça musical, de Fernando Lapa, especialmente para o dia, com acompanhamento ao poema bem conhecido de Sofia de Mello Breyner Andresen, «D. António Ferreira Gomes».

“Se fosse vivo, D. António Ferreira Gomes era um seguidor do Papa Francisco porque era fiel ao Papa e à Santa Sé”, realçou José Ferreira Gomes.

Olhando para a história, “o antigo bispo do Porto foi uma figura de proa e basta ver as suas intervenções no II Concílio do Vaticano”, salientou.

Após o II Concílio do Vaticano, as suas homilias no Dia Mundial da Paz “ficaram célebres” e as pessoas ficavam “sintonizadas na rádio” para ouvir a sua mensagem.

D. António Ferreira Gomes teve “razão antes do tempo” e “não se acomodou às posições vigentes”, completou o presidente da Fundação SPES, instituição criada, por testamento, por D. António Ferreira Gomes, a quando da sua morte, ocorrida em 13 de abril de 1989.

Antes de completar os 75 anos, escreve ao Papa (12/3/81) a pedir a dispensa da jurisdição e responsabilidade sobre a diocese do Porto. Passados trinta e quatro anos (2 de maio de 1982) despede-se do seu rebanho e vai viver numa casa de campo perto da cidade do Porto (Quinta da Mão Poderosa).

LFS

D. António Ferreira Gomes – O Homem da Igreja e do Povo

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Agência ECCLESIA

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