Porta-voz do Vaticano condena «intimidações» no Zimbabué

O director dos serviços de comunicação do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, criticou duramente o regime do Zimbabué após as eleições presidenciais da passada Sexta-feira. “’Sem justiça, sem luta contra toda a forma de corrupção, sem o respeito pelas regras do direito é impossível construir uma paz verdadeira, e é claro que os cidadãos terão dificuldade em confiar nos seus dirigentes”, disse à Rádio Vaticano o Pe. Lombardi, citando uma passagem de um discurso recente do Papa. “O pensamento dirige-se espontaneamente para o Zimbabué, que vive um período dramático de eleições presidenciais que se realizam num clima de violência e intimidação inaceitáveis”, atirou. Este responsável lembrou que os Bispos católicos da África do Sul declaram estas eleições “como uma farsa jurídica” e revelam que a “desesperada situação de violência, de penúria e de insegurança poderiam levar a uma vasta crise humanitária em toda a região do sul da África”. “O Zimbabué tinha uma agricultura e uma economia invejadas por muitos outros países da África; poderia encontrar-se no caminho certo do desenvolvimento, mas encontra-se agora numa situação dramática, principalmente por responsabilidade de seu próprio governo”, acrescentou. “Estamos a assistir a um novo capítulo dos dramas da África. Saberemos encontrar finalmente a decisão necessária para ajudar os africanos a afrontá-los eficazmente?”, questiona o Pe. Lombardi. Segundo a Comissão Eleitoral Nacional do Zimbabué, que apenas discriminou os valores obtidos por Mugabe e pelo líder da oposição, Morgan Tsvangirai, em oito das 10 províncias do país, o presidente totalizou 2 150 269 votos, contra 233 000 do concorrente. Morgan Tsvangirai anunciou cinco dias antes das eleições que se retirava da corrida devido à falta de condições democráticas e aos actos de violência sobre os seus apoiantes, mas a Comissão Eleitoral recusou aceitar a formalização da desistência.

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