A Câmara municipal de Pombal quer liderar um projecto de criação dos “Caminhos de Fátima” para peões e ciclistas. O objectivo é tentar resolver o problema da segurança e, em simultâneo, promover turisticamente os concelhos onde os peregrinos passam. Narcisco Mota refere que é possível criar algo semelhante aos “Caminhos de Santiago” e defende que é possível criar trajectos como os existentes em Espanha e que abrangem uma parte de Portugal. É certo que há já alguns percursos alternativos, caminhos próprios para os peregrinos a pé chegarem a Fátima, mas não são muito procurados. Para concretizar este projecto, torna-se necessário “uma nova sinalização e a divulgação dos caminhos”, salienta o autarca. Narciso Mota já reuniu com os responsáveis do Santuário para construir um centro de apoio aos peregrinos com balneários, posto médico e local para pernoitar. “Até já temos um terreno, mas não vejo grande dinamismo por parte de Fátima”, salienta, citado pelo Jornal de Leiria. Peregrinar a pé Em Portugal muitas dezenas de milhar de pessoas peregrinam a pé anualmente. Vão a Fátima, a S. Bento da Porta Aberta, à Senhora da Peneda, a Vila Viçosa e a tantos mais Santuários, quase sempre marianos. Vão também (e não são poucos) a Santiago de Compostela, na Galiza. A Fátima vão a pé mais de 50 000 todos os anos, número sempre em crescimento. Uma grande dificuldade enfrentam os peregrinos que viajam a pé: o trânsito automóvel, extremamente perigoso, incómodo devido ao ruído e muito nocivo para a saúde devido aos gases dos escapes. Além disso, caminhar no asfalto muitos quilómetros é penoso pela dureza do piso e, no Verão, pelo calor que o mesmo transmite aos pés. Por tudo isto, decidiu o Centro Nacional de Cultura (CNC) conceber um plano, a nível nacional, de identificação de caminhos alternativos às grandes estradas nacionais de intenso transito automóvel, caminhos que permitam aos peregrinos caminhar em segurança e em paz, desfrutando de belas paisagens, gozando o silêncio. Sempre que possível os caminhos escolhidos são de terra batida e quando isso não é possível são pequenas estradas rurais com escasso trânsito. Todos os caminhos estão sinalizados com marcos nos quais está indicada a direcção de Fátima e em alguns sítios (postes eléctricos, muros, pedras, lancis de passeios, etc.) com setas azuis. Ao longo dos caminhos encontram-se aldeias, vilas e cidades onde se pode pernoitar, tomar refeições, e obter alguma assistência que porventura se necessite. Caminho do Tejo Neste momento está operativo o caminho que de Lisboa leva a Fátima e que é chamado “Caminho do Tejo”. O CNC em colaboração com as “Selecções”, do Readers Digest, editou um guia de bolso do Caminho do Tejo com as indicações práticas necessárias para o peregrino a pé percorrer em segurança este caminho. Também com o apoio do CNC foi editado pela Editorial Notícias um álbum sobre o Caminho do Tejo com fotografias de António Homem-Cardoso e texto de António Manuel, que se encontra disponível também no CNC e à venda nas livrarias. Caminho do Norte O Caminho do Norte que ligará o Porto a Fátima está a ser delineado e muito em breve estará todo marcado com setas azuis, que indicam a direcção de Fátima, e com setas amarelas em sentido oposto, indicando a direcção de Santiago de Compostela, já que o mesmo caminho percorrido num ou noutro sentido é Caminho para Fátima ou para Santiago. Assim poderão os peregrinos de Santiago vindos de toda a Europa continuar até Fátima, o que já acontecia embora com dificuldade por o caminho não estar operativo, e poderão os de Fátima seguir para Santiago, o que também já acontece. Redacção/«Fátima Missionária» online/CNC