Pessoas com deficiência: «Não basta só acolher, é preciso dar valor» – SPPD da Diocese do Porto

Iniciativa «Caminhamos…  tod@s tod@s tod@s!» realizou-se no âmbito das comemorações do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

Porto, 12 dez 2023 (Ecclesia) – Constança Festas, do Serviço a Pessoas com Deficiência da Diocese do Porto, defendeu que, para além de acolher as pessoas com deficiência, persiste a necessidade de reconhecer a importância que têm na sociedade, nomeadamente na Igreja Católica.

“Não basta só acolher, é preciso que a pessoa se sinta bem, sinta que é útil para aquela comunidade. Isso é realmente a importância, é dar valor ao contributo que cada um pode dar”, afirmou, em declarações à Agência ECCLESIA, à margem da iniciativa “Caminhamos…  tod@s tod@s tod@s!”, realizada no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência.

A caminhada teve início pelas 15h, na Praça da Batalha até ao Terreiro da Sé, e reuniu centenas de pessoas, no último sábado.

O objetivo é “chamar a atenção para esta importância que a pessoa com deficiência tem na nossa sociedade e dentro da Igreja. Uma Igreja que tem de estar atenta para os acolher naquilo que é a sua singularidade, esta pessoa”, explicou Constança Festas.

Ana Sofia Teixeira faz parte da Comunidade Católica com Deficiência Visual e considera que o primeiro passo para a inclusão passa por “ter disponibilidade para ir ao encontro daquele que é diferente, daquele que tem uma deficiência, daquele que tem uma incapacidade”.

“Por exemplo, é muito importante haver pessoas na Igreja com formação especializada em Língua Gestual Portuguesa, porque eu consigo ouvir, não vejo, mas ouço, e genericamente consigo acompanhar a celebração, mas quem não ouve não consegue perceber as leituras, não consegue perceber o que é que se está a rezar”, apontou, reconhecendo a importância da presença de material acessível, nomeadamente em formato escrito e projeção de leituras para pessoas surdas, e cânticos em formato digital, em braille, para os invisuais.

A caminhada foi seguida de um breve momento de reflexão, com a participação do bispo do Porto e com a escuta de testemunhos de duas pessoas com deficiência, com participação ativa na vida da Igreja.

D. Manuel Linda assume que a Igreja e a Diocese do Porto “têm feito pouco” em prol da comunidade de pessoas com deficiência.

“Não temos programas de formação, as nossas igrejas não têm, muitas delas, rampas de acesso, enfim, precisamos fazer mais”, frisou.

Para colmatar essa falha, esta iniciativa, segundo o bispo, surge como sensibilização ou fermentação de uma sociedade mais inclusiva.

“A Igreja quer dar o seu contributo para toda a sociedade e, portanto, partimos do princípio de que isto é um pequeno fermento”, concluiu.

PR/LJ

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