Pe. José Manuel Sabença reticente sobre conclusões do Congresso

Presidente dos IMAG indica que «concretização tem de partir de cima» O Presidente dos IMAG admite que não será fácil a implementação de todas as linhas orientadoras conclusivas do Congresso Missionário Nacional. “Foram levantadas propostas que poderão ser ou não concretizáveis, mas era necessário lançá-las”, explica o Pe. José Manuel Sabença à Agência ECCLESIA. O sacerdote recorda que em 1981, nas primeiras jornadas missionárias, as primeiras pistas também foram lançadas e “algumas ainda são actuais hoje”. O Pe. Sabença indica que o caminho para a concretização tem de “partir de cima, da Conferência Episcopal”. A possibilidade de uma nota pastoral sobre a missão foi avançada pelo Presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, que indicou ser da responsabilidade da Comissão Episcopal das Missões delinear um documento e propor à Assembleia da CEP. Presidente dos IMAG admite a importância do documento, enquanto sinal de acolhimento das conclusões do Congresso, mas também como sensibilização para a criação de um organismo diocesano das missões. “Esta questão depende muito da sensibilidade do bispo diocesano”. O Pe. José Manuel Sabença aponta que o clero deveria estar mais aberto à sensibilidade missionária, pois o incentivo “passa por eles”. Exemplificando, o sacerdote lamenta que muitos párocos “não percebam a importância da dinamização que os movimentos paroquias podem oferecer”. As linhas orientadoras assentam em propostas a três níveis: paroquial, diocesano e nacional. Para o Pe. José Manuel Sabença, estas são propostas consequência do que foi partilhado aos longo dos dias do Congresso. “Tornou-se claro que a missão é urgente. Esta é uma necessidade grande a que a Igreja tem de responder e por isso temos de unir esforços para podermos responder da melhor forma”. Para o Presidente dos IMAG, a concretização da missão passa pela “comunhão”. “Precisa de acções concretas e, por isso surgem estas pistas de acção”. O sacerdote sublinha a importância das comunidades cristãs. “Há actores intervenientes”, indica, recordando leigos que têm experiências, religiosas e religiosos, padres e os bispos. “Precisamos de maior planificação e coordenação a vários níveis, começando pelo paroquial”. A acção deve ser diversificada, “pois Portugal não é todo igual”, mas “devemos trabalhar, batendo ao mesmo ritmo”. «Sinal brilhante» A Feira de Voluntariado Missionário foi indicada pelo Presidente dos IMAG como a “parte mais criativa do Congresso”. O Pe. Sabença afirma que este foi um dos “sinais brilhantes que anuncia uma realidade que vai sendo determinante para o futuro da Igreja”. Segundo o sacerdote, o voluntariado missionário não vem responder à crise de vocações de missionários que partem por toda a vida ou por alguns anos, mas “é resposta da Igreja à necessidade de evangelizar segundo os moldes modernos”. A cultura actual “não quer compromissos prolongados”. O Pe. José Manuel Sabença avança que, segundo a sua óptica “voluntariado de um mês não é voluntariado”. No entanto, os projectos de longa duração de “um ou dois anos, são uma resposta da Igreja aos jovens de doação, generosidade, de testemunho e também de retorno”. O regresso dos voluntários, indica, sem dados concretos, “não me parece que esteja a ser bem aproveitado”. “Quando um jovem regressa não deveriam ser os Institutos a aproveitar esta experiência, mas sim as comunidades paroquiais”, precisamente com vista “à comunhão e dinamização”. Uma dinamização que deveria “perpassar toda a pastoral, a liturgia, a catequese”, exemplifica. Esta será uma tarefa “árdua sobretudo porque combatemos um certo «tribalismo» nas nossas paróquias”. O Pe. Sabença referiu ainda como positiva a participação episcopal no Congresso Missionário Nacional. “Fiquei sensibilizado com a presença a tempo inteiro de alguns”, afirmou, na esperança que “isso possa ser um sinal de dinamização e coordenação mais forte”.

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