Paz para a Quinta da Fonte

Comunicado da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos apela à pacificação da Quinta da Fonte, lamentando violência A Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC) assumiu uma posição pública relativamente aos recentes acontecimentos violentos na Quinta da Fonte. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, refere-se que “existem no bairro problemas de criminalidade profundos e não controlados; existem sobretudo problemas profundos de clivagens sociais não sanadas”. A ONPC apela “às famílias étnicas residentes na Quinta da Fonte e a todas as entidades oficiais e não governamentais representadas no bairro, particularmente às associações cívicas, que valorizem a escuta de quem é outro, seja qual for a sua origem, o seu passado ou a sua cultura”, “que a convivência prevaleça sobre as rupturas” e “que os preconceitos de poder e predomínio dêem lugar à aceitação das diferenças”. O comunicado, intitulado “A urgência de escutar, a necessidade de uma política de verdade”, apela particularmente aos poderes públicos para que adoptem sempre “uma política de verdade: que se procure instituir eficazmente a proximidade em vez de se afirmar a sua existência; que se reconheçam e se actue sobre os problemas em vez de os mesmos serem subvalorizados”. Esta obra da Igreja Católica tem a experiência de, há vários anos, visitar pessoas de etnia cigana na Quinta da Fonte, contando ainda com informações que lhe são dadas pelo Secretariado Diocesano da Pastoral dos Ciganos de Lisboa que tem na Quinta da Fonte um ATL e um Projecto PROGRIDE em que participam pessoas de todas as famílias étnicas do bairro. No comunicado recorda-se a “tensão étnica latente no bairro há vários anos e que não terá sido suficientemente enquadrada pelas entidades responsáveis pela gestão do bairro”. Neste contexto, pode ler-se, “ocorreram os tiroteios que foram registados e mediatizados seguidos de assaltos, roubo e vandalização de duas dezenas de habitações e de fuga de diversas famílias de etnia cigana”. “O problema do policiamento do bairro é antigo e crucial; os roubos ocorrem sobretudo durante a noite, a esquadra da PSP mais próxima está em Sacavém”, refere a nota. Em conclusão, a ONPC deixa votos de que” a paz regresse à Quinta da Fonte, local tão belo: que a comunicação social valorize a beleza do bairro agora que, por vezes tão distorcidamente o deu a conhecer pelos inqualificáveis ataques de alguns ao civismo”.

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