«Os sinos estão intimamente relacionados com a vida do povo de Deus» – D. Manuel Clemente



Mafra, 03 fev 2020 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa benzeu este domingo os sinos dos carrilhões do Convento de Mafra, numa cerimónia que assinalou o restauro do maior conjunto sineiro do século XVIII existente no mundo.
“Os sinos estão intimamente relacionados com a vida do povo de Deus. O tempo da oração, reúnem o povo para as celebrações litúrgicas e advertem os fiéis quando se dá um acontecimento importante”, disse D. Manuel Clemente, numa intervenção divulgada pela Rádio Renascença.
Antes da bênção, teve lugar uma procissão iniciada na Basílica; o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, é um conjunto barroco formado pela basílica, convento, paço real e possui uma valiosa biblioteca, dois carrilhões e seis órgãos históricos.
O conjunto de três grupos de sinos constituído pelos Sinos de Horas (os maiores do século XVIII), os Sinos Litúrgicos e os dois Carrilhões das Torres Sul e Norte representam 200 toneladas de bronze fundido.
Do programa do concerto fez parte o Hino Nacional, tocado pelo carrilhanista mafrense Francisco Gato, e a estreia da peça ‘Requiescat in pace Bizarro’, interpretada pelo Grupo de Sineiros Levache; o português Abel Chaves e a belga Liesbeth Janssens tocaram ‘As Quatro Estações’.

O restauro dos sinos e carrilhões foi realizado pela empresa Augusto de Oliveira Ferreira, de Braga, entre 2018 e final de 2019.
O diretor do monumento, Mário Pereira, assinalou que era “um dia de festa” e de “celebrar o regresso da música”, enquanto a ministra da Cultura disse que estão a trabalhar para instalar ali o Museu Nacional da Música, atualmente na estação do Alto dos Moinhos, do Metropolitano de Lisboa.
“O que está planeado é durante o ano de 2020 ser adjudicado o projeto de arquitetura e a empreitada decorrer ao longo de 2020 para abrirmos o museu em 2021”, explicou Graça Fonseca.
Para da bênção, dos discursos e do concerto, a tarde deste domingo ficou também marcada pela atribuição de nomes aos sinos restaurados: Francisco Jorge, em homenagem ao atual Papa; e João Baptista, em homenagem ao rei D. João V.
A 7 de julho de 2019, o Palácio Nacional de Mafra, com o Santuário do Bom Jesus do Monte, foi classificado como Património Cultural Mundial pela UNESCO.
CB/OC