Património: 500 anos da Igreja de Nossa Senhora do Loreto levam festa luso-italiana ao Chiado

Responsáveis católicos sublinham importância do «confessionário de Lisboa»

Lisboa, 09 abr 2018 (Ecclesia) – As comemorações dos 500 anos da igreja de Nossa Senhora do Loreto, em Lisboa, conhecida como ‘igreja dos italianos’, começaram este domingo com uma celebração presidida pelo núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato.

“É uma igreja que não é só para os italianos, mas para os portugueses, para o mundo inteiro”, disse à Agência ECCLESIA o representante diplomático da Santa Sé, de nacionalidade italiana.

A edificação, do reinado de D. Manuel I, reunia então comerciantes, sobretudo ligados a Génova, que “vieram com a sua herança de cristãos, de fé, de devoção”, sublinha D. Rino Passigato.

“Na altura, Lisboa era a capital do mundo”, recorda.

O templo foi, por isso, dedicado a Nossa Senhora do Loreto, principal santuário mariano da Itália, antecipando, de certa forma, a unificação do território transalpino.

D. Rino Passigato elogiou uma igreja “muito bonita” que é hoje um espaço privilegiado para as Confissões, na zona histórica da capital portuguesa.

O templo acolhe ainda, anualmente, no domingo mais próximo do dia 10 de dezembro, a celebração da festa de Nossa Senhora do Loreto, para a qual são convidados os representantes das companhias de aviação, civis e militares.

A Missa deste domingo contou com a presença do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado disse aos jornalistas que esta foi uma forma de “agradecer à comunidade italiana” uma presença de cinco séculos na história de Portugal.

A Eucaristia foi concelebrada por D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, e D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, ambos religiosos dehonianos.

Nos últimos anos, a igreja do Loreto foi alvo de obras de restauro e segundo o reitor, o padre Francesco Temporin, a intervenção, possível graças ao apoio das entidades autárquicas, valorizou um “sítio estratégico” que, em 1951, aquando da chegada dos Dehonianos, estava “semi-fechada”, e atrai hoje muitos turistas e católicos em busca do sacramento da Reconciliação.

O padre José Agostinho de Sousa, superior da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), fala numa presença muito importante para a congregação num espaço que é conhecido como o ‘confessionário de Lisboa’.

“É uma presença no meio da cidade, num lugar com tanta gente, tanto movimento, e nós queremos ver outras formas de estar nesta igreja do Loreto, para o futuro”, assinalou o responsável.

Esta terça-feira, o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Vítor Serrão, vai proferir uma conferência, às 18h00, sobre ‘Pintura e pintores na igreja da comunidade italiana de Nossa Senhora do Loreto (séculos XVI-XVIII)’.

Para além de Vítor Serrão, o seminário conta também com uma intervenção de José Eduardo Franco (diretor da Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização, da Universidade Aberta), que falará sobre ‘Dehonianos: uma congregação empreendedora em Portugal (1947-2018)’, refere a nota.

Isabel Drumond Braga (professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), fala sobre ‘Parenética fúnebre na Igreja do Loreto: os Sumos Pontífices (séculos XVII-XIX)’.

HM/LFS/OC

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