Patriarca: D. Manuel Clemente recorda entrada no seminário «quando toda a gente estava a sair de lá»

Decisão de ser padre remonta aos anos da infância, em Torres Vedras

Lisboa, 06 jul 2013 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente entrou no seminário “contracorrente”, quando toda a gente estava a “sair de lá”, procurando respostas para “a questão do drama humano”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA publicada no semanário digital, o patriarca de Lisboa recordou a decisão de ser padre, que remonta aos tempos da infância, na paróquia de Torres Vedras.

“Deveria ter 8 ou 9 anos, estava a ajudar à missa (nessa altura chamava-se “menino de coro”, não acólito) presidida pelo padre da minha paróquia, o padre Joaquim Maria de Sousa, de quem tenho tão boa recordação”, recorda D. Maunel Clemente.

“Lembro-me como se fosse hoje. Até me lembro do sítio na sacristia, de estar a vê-lo a tirar as vestes sacerdotais e dizer: eu quero ser como o padre Joaquim! Lembro-me perfeitamente desse momento”, referiu.

O patriarca de Lisboa disse que desses anos “ficou essa recordação”, que se deparava com um desejo diferente dos pais: “primeiro forma-te, depois vês!”, refere o atual patriarca recordando as advertências da mãe.

A essa “velha vocação” juntaram-se questões debatidas nos tempos da Faculdade de Letras, no curso de História, onde se procurava “saber como se haveria de criar a melhor das sociedades”.

O estudante Manuel Clemente recorda a “proposta marxista” ou a “existencialista”, não encontrando em qualquer uma delas repostas para “a questão do drama humano”

“Estávamos no princípio dos anos 70. Lembro-me de ter tido um primeiro contacto com o Seminário dos Olivais em 1972 e depois entrei efetivamente em 73”, assinala.

Contrariamente aos anos anteriores, quando o Seminário tinha mais de 100 alunos, naquele ano “estavam oito e passaram a ser 11”, recorda na entrevista publicada também no livro “Uma casa aberta a todos”, pela Paulinas Editora.

Manuel José Macário do Nascimento Clemente nasceu em Torres Vedras a 16 de julho de 1948; ordenado padre em 29 de junho de 1979, o novo patriarca foi coadjutor das paróquias de Torres Vedras e Runa, formador e reitor do Seminário dos Olivais e membro do Cabido da Sé de Lisboa.

D. Manuel Clemente foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa por João Paulo II, a 6 de novembro de 1999; a ordenação episcopal teve lugar na igreja de Santa Maria de Belém (Jerónimos) no dia 22 de janeiro de 2000.

Em 2007, Bento XVI nomeou-o bispo do Porto, para suceder a D. Armindo Lopes Coelho; receberia o Papa alemão na cidade nortenha, a 14 de maio de 2010; nesse mesmo ano lançou uma missão especial na diocese.

O patriarca de Lisboa é autor de vários trabalhos sobre o catolicismo em Portugal a partir do Liberalismo e é também presença semanal no Programa ECCLESIA, na RTP2, com a rubrica ‘O passado do presente’, dedicada à História da Igreja.

Após a nomeação como patriarca de Lisboa, a 18 de maio, foi eleito como presidente da Conferência Episcopal Portuguesa até abril de 2014.

PR

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