Páscoa: Bispo de Beja convida a celebrar «festa das festas», apesar das limitações da pandemia

«Não é a mesma coisa estar sentado à mesa com os irmãos, ou vê-los no computador ou na televisão», desafia D. João Marcos

Beja, 27 mar 2021 (Ecclesia) – O bispo de Beja convidou a diocese a celebrar as solenidades pascais, apesar das limitações da pandemia, com uma atitude de entrega ao próximo.

“Vem celebrar a Páscoa connosco! Não é a mesma coisa estar sentado à mesa com os irmãos ou vê-los no computador ou na televisão”, refere D. João Marcos, na sua mensagem para a Páscoa 2021, enviada à Agência ECCLESIA.

O texto sublinha a importância de celebrar a “vida nova”, na ressurreição de Jesus Cristo.

“Com os condicionamentos deste tempo de pandemia, vamos celebrar a Páscoa, a festa das festas”, apela.

O bispo de Beja apresenta uma reflexão sobre a história das celebrações pascais, da sua ligação ao equinócio da primavera à Páscoa judaica, apelando à libertação do “medo de morrer”.

“Os nossos relacionamentos errados com os outros fazem das nossas vidas um inferno do qual não conseguimos libertar-nos, ainda que muito o desejemos, porque estamos escravos do medo de morrer. Dessa escravidão surgem as mentiras, os roubos, os adultérios, as guerras e todos os pecados que reduzem o mundo a um mar de sofrimentos, sobretudo para os mais fracos e pobres”, indica.

D. João Marcos sustenta que, com a Páscoa de Cristo, se abrem as portas vida e se encontra resposta para esse medo da morte.

Se te reconheces pecador e indigno, caro irmão, vem celebrar a Páscoa connosco! Para ti, assim como és, assim como estás, o Senhor Jesus Cristo passa nestas celebrações para te ressuscitar e dar a vida”.

O bispo de Beja dirige-se a todos os que lerem a mensagem, pedindo-lhes que não fiquem “fechados nos problemas”, mas acreditem na força da fé cristã, “base desta vida nova que se desenvolve na esperança e tem como fruto a comunhão fraterna”.

“Deus criou-nos para sermos felizes. E somo-lo amando e sendo amados. Mas amar, mais do que cultivar e exprimir sentimentos de afeto, é morrermos para nós próprios, é darmos a vida por aqueles que amamos”, aponta.

D. João Marcos desafia os católicos a festejar a Páscoa “nas paróquias e nas famílias”.

“Desejo-vos a alegria de quem, ressuscitado com Cristo, deixou de viver para si mesmo. Nós sabemos que passamos da morte para a Vida porque amamos os irmãos”, conclui.

A Páscoa é a festa central dos cristãos e já no século II há notícia da sua celebração anual; tem as suas raízes na saída do Povo de Israel do Egito, relatada no livro bíblico do Êxodo, e estava ligada a um calendário lunar, não ao atual calendário solar de 12 meses: nos primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao domingo.

O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa – o primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera (4 de abril, em 2021).

OC

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