Partir ao encontro da pluralidade na cidade de hoje

Centro de estudos Carmelita quer marcar a vida cultural e religiosa de Lisboa Começou ontem um novo ciclo na vida do Centro de Estudos da Ordem do Carmo (CEOC), em Lisboa, com o debate sobre a cidade como “espaço de solidariedade” promovido pelo CRC (Centro de Reflexão Cristã). O espaço, localizado na Rua de Santa Isabel, deixou recentemente de servir a Logomedia, centro de produção e difusão audiovisual, para se transformar num auditório inter-disciplinar, aberto às mais diversas iniciativas. O director do CEOC, Pe. Ismael Pereira, confessa à Agência ECCLESIA que esta transformação é um momento marcante. De facto, o CEOC viveu esta experiência cultural durante 3 anos, sob a égide do agora Bispo de Beja, D. António Vitalino; depois, durante 7 anos, serviu a produção audiovisual, através da Logomedia. “O meu objectivo é trazer aqui pessoas de todas as áreas, bem como grupos e movimentos religiosos. Gostava de poder oferecer às pessoas a maior diversidade possível de iniciativas”, refere o responsável pelo CEOC. Inserido na cidade de Lisboa, o CEOC assume a missão de ser um espaço de abertura e de diálogo, fundamental para a tradução cultural da experiência cristã. O director do Centro afirma que “neste tempo de liberdade, a Igreja e a Ordem do Carmo devem saber estar abertos ao outro, ao diferente, mesmo em questões de fé”. Numa sociedade cada vez mais plural, atravessada por transformações múltiplas e aceleradas, o papel da Igreja Católica na vida cultural nem sempre é o mais saliente. O próprio Pe. José Tolentino Mendonça, secretário da Comissão Episcopal da Cultura, defende que a Igreja Católica em Portugal “precisa de um projecto cultural”. O CEOC parte para esta nova fase da sua vida com a esperança de se conseguir destacar na cidade. “É importante que se saiba que aqui há movimento, há gente que sabe, que se distingue pela sua abertura ao diferente”, afirma o Pe. Ismael. O Centro de Reflexão Cristã e o Metanoia são os dois primeiros movimentos católicos a promoverem iniciativas nestes espaço. “É evidente que a parte religiosa terá um papel principal, mas o Centro de estudos estará sempre aberto a outros saberes e outras religiões, se necessário”, explica o director do CEOC. O edifício acolhe ainda uma residência universitária, com 50 jovens. O Pe. Ismael deseja que ele próprios possam participar nestas iniciativas, “enriquecendo-se nessa inter-disciplinariedade”. “O contacto com o outro gera riqueza”, acrescenta. Sobre o que poderá reservar o futuro, o responsável assegura que “o importante é que este espaço se possa oferecer à Igreja” e espera que a vertente económica, que classifca como “secundária” num projecto deste tipo, não afaste os grupos e movimentos católicos do CEOC.

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