Paquistão: Igrejas aumentaram segurança para prevenir ataques terroristas

Ativista diz que mudança no Afeganistão vai «fortalecer» outros grupos islamitas

Lisboa, 16 set 2021 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informa que as “igrejas em todo o Paquistão” reforçaram as medidas de segurança em resposta “à possível ameaça de ataques terroristas”, após o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a AIS explica que líderes católicos e protestantes decidiram aumentar a proteção e a vigilância junto aos templos cristãos “especialmente aos domingos”.

Esta decisão, acrescenta a fundação pontifícia, resulta da “preocupação” de que grupos extremistas possam realizar ataques contra os cristãos e outras comunidades religiosas minoritárias no Paquistão.

Segundo o ativista dos direitos humanos, Sajid Christopher, a mudança política no Afeganistão vai “fortalecer o TTP (Partido Tehreek-e-Taliban Paquistão) assim como outros grupos islamitas e isso pode gerar novos ataques”.

Com a saída dos militares norte-americanos e da coligação internacional do Afeganistão, o regime talibã começou a tomar o poder no país e chegou à capital, Cabul, no dia 15 de agosto.

Segundo a Fundação AIS, o reforço das medidas de segurança nas igrejas no Paquistão tem sido constante e “não é estranho” ver equipas de segurança, por vezes até armadas, numa missão de prevenção de eventuais ataques terroristas junto às principais igrejas, especialmente durante as celebrações religiosas.

“Os voluntários estão equipados com detetores de metais. A polícia permite-nos manter algumas armas licenciadas nas instalações da igreja”, explicou William Arif Khan, responsável por uma equipa de 15 voluntários que protegem os paroquianos da Catedral do Sagrado Coração, em Lahore.

A AIS, que publicou este ano o seu mais recente relatório sobre liberdade religiosa no mundo, alerta para “uma crescente onda de intolerância para com os cristãos” e recorda que, nos últimos dez anos, os ataques a igrejas em Quetta, Lahore ou Peshawar “causaram mais de uma centena de mortos”.

CB/OC

 

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