Paquistão: Cristãos ameaçados durante vigília de oração pela libertação de Asia Bibi

Fundação Ajuda a Igreja que Sofre realça «onda de preocupação e medo» que rodeia caso da mulher condenada à morte por blasfémia

Lisboa, 21 out 2016 (Ecclesia) – Um bispo e um grupo de cristãos foram alvo de ameaças no Paquistão, durante uma vigília pela libertação de Asia Bibi, mulher acusada de blasfémia e que há cinco anos está no corredor da morte a aguardar sentença.

Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre conta que os cristãos “foram ameaçados por um grupo de homens armados e mascarados”, enquanto promoviam um momento de oração.

“A vigília, à luz das velas, estava a realizar-se em Jamshoro” quando os participantes ouviram que se continuassem iriam sofrer “graves consequências” e também “as suas famílias”.

O grupo atacante acabou por ir embora depois de outras pessoas terem acorrido também ao local.

Os cristãos deslocaram-se depois à esquadra de polícia mais próxima, onde apresentaram queixa.

 Este episódio surge numa semana em que o caso de Asia Bibi está perto de um desfecho, a partir do Supremo Tribunal de Justiça.

A mulher, mãe de cinco filhos, permanece encarcerada há cinco anos depois de ter sido condenada à morte pela comunidade muçulmana, e segundo a lei vigente naquele país, por alegadamente ter blasfemado contra Maomé.

Na última semana, o tribunal paquistanês decidiu adiar uma decisão definitiva por um “pedido de escusa de um dos juízes, gesto que foi prontamente identificado como sinal da pressão que está a ser exercida por sectores mais radicais da sociedade paquistanesa para que Asia Bibi venha mesmo a ser condenada à morte”, realça a AIS.

Esta organização humanitária católica destaca a “onda de preocupação e de medo” que este caso tem vindo a gerar, “entre a comunidade cristão do Paquistão”.

Quer por possíveis represálias à resistência que a situação de Asia Bibi tem merecido, quer pela perspetiva de mais condenações por blasfémia, no futuro, uma vez que existem mais cristãos acusados e encarcerados ao abrigo desta lei. 

 JCP

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