Papa vira agulhas para o «mundo» cristão

Depois de um dia e meio de gestos dedicados ao diálogo com o mundo judaico e o Islão, Bento XVI iniciou esta Terça-feira o seu itinerário por vários dos lugares santos do cristianismo em Israel e nos territórios palestinianos. O Papa entrou no Cenáculo, local em que a tradição diz ter sido celebrada a última ceia de Jesus com os seus discípulos. Ali rezou a oração mariana do «Regina Caeli», junto dos frades da Custódia da Terra Santa, instituição fundada em 1217, e encarregada da manutenção e guarda dos locais sagrados da Terra Santa. Bento XVI fez um breve discurso, neste local “onde Deus abriu o seu coração aos discípulos por Ele escolhidos e celebrou o Mistério Pascal; e onde, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo inspirou os primeiros discípulos a pregar a Boa Nova”. “Vocês são como velas acesas que iluminam os lugares santos do cristianismo que foram honrados pela presença de Jesus, nosso Deus que vive”, disse. O Papa convidou a “superar tentações como o egoísmo, a indolência, o isolamento, o preconceito e o medo, e a doar-nos generosamente ao Senhor e ao próximo”. A diversidade das Igrejas na Terra Santa foi outro tema abordado. Bento XVI considera que a mesma representa um “património espiritual” e é sinal das “múltiplas formas de interacção entre o Evangelho e as várias culturas”. Reiterando a importância da presença cristã na Terra Santa e nas regiões vizinhas, Bento XVI disse que as palavras de Jesus sobre o amor, a misericórdia, a compaixão, a paz e o perdão, são capazes de transformar os corações e plasmar as acções. Apesar das dificuldades e restrições, os cristãos do Médio Oriente contribuem para a promoção e a consolidação do clima de paz, na diversidade. O Papa reafirmou a sua solidariedade a quem vive quotidianamente num clima de insegurança, sofrimento e medo. Mais tarde, já com os Bispos destas comunidades, garantiu o seu amparo e encorajamento, a fim de que “os cristãos permaneçam nesta Terra e sejam mensageiros e promotores de paz”. Neste contexto, também elogiou o serviço acolhedor e generoso oferecido pelos Frades da Custódia aos peregrinos, “que aqui se inspiram e se renovam na fé”. Na Catedral latina de Jerusalém, o Papa falou com as cerca de 300 pessoas o aguardavam, mostrando-se muito feliz por estar nesta catedral, onde desde os primeiros dias da Igreja, a comunidade cristã se reúne. “De Jerusalém – disse – o Evangelho difundiu-se por toda a terra… até os confins do mundo. Em todos os tempos, os esforços dos missionários foram sustentados pelas orações dos fiéis, reunidos ao redor do altar do Senhor para invocar a força do Espírito Santo sobre a obra de pregação”.

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