Bento XVI concedeu a audiência geral desta Quarta-feira no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, algo que não acontecia desde os tempos de Paulo VI, falecido no ano de 1978. Habitualmente, o Papa deslocava-se de helicóptero para o Vaticano e regressava no mesmo dia. O actual Papa falou do seu recente período de férias em Bressanone, nos Alpes italianos, que considerou como dias de “serena descontracção” que não o impediram de rezar e estar atento “às angústias ligadas às incertezas que a humanidade vive neste momento”. Bento XVI disse mesmo que “o primeiro serviço que posso prestar à Igreja e à humanidade é o da oração”. O Papa apresentou como exemplos do valor da oração dois santos, mortos em Auschwitz, cujas memórias litúrgicas acontecem em Agosto: Edith Stein e Maximiliano Kolbe. “Aparentemente, a sua existência poderia ser tida como uma derrota, mas precisamente no seu martírio resplandece o fulgor do amor que vence as trevas do egoísmo e do ódio”, observou. “Quem reza não perde a esperança, mesmo quando se encontra em situações difíceis e humanamente desesperantes”, disse ainda. Como habitualmente, o Papa falou em português. “Desejo saudar, cordialmente o grupo da Universidade Católica Portuguesa, de Lisboa, e a tripulação do Navio-Escola «Brasil» da Marinha brasileira, aos quais faço votos de que levem deste encontro a lembrança que a vossa vida tem como objetivo servir, com caridade cristã, os cidadãos da vossa Pátria, pelas rotas da paz, da solidariedade e da fraternidade”, afirmou.