Papa recebeu presidente francês

Conversações abordaram questões internacionais e relações bilaterais

Lisboa, 23 jan 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o presidente da França, François Hollande, para um encontro privado que durou cerca de 35 minutos.

Hollande disse ao Papa estar “muito feliz” ao ser recebido por este, ainda na presença de jornalistas, seguindo-se a reunião particular, na qual marca presença um intérprete.

A sala de imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado, após a audiência, revelando que as conversações abordaram “temas de caráter internacional” como a pobreza, o desenvolvimento, as migrações e o meio ambiente.

Os dois responsáveis abordaram os conflitos no Médio Oriente e várias regiões de África, desejando que se possa “restabelecer a pacífica coexistência social” nesses países através do “diálogo e da participação” de toda a sociedade.

A nota oficial destaca a importância de se respeitarem as “minoria étnicas e religiosas”.

O comunicado evoca as “boas relações” entre a Santa Sé e a França, revelando a intenção das duas partes em prosseguirem “um diálogo regular” e em “cooperarem de forma construtiva nas questões de interesse comum”.

“No contexto da defesa e da promoção da dignidade da pessoa humana, foram abordados temas de atualidade como a família, a bioética, o respeito pelas comunidades religiosas e a proteção dos locais de culto”, acrescenta a Santa Sé. 

No final do encontro, Francisco desejou “boa viagem” ao presidente francês, que se despediu com um “até breve”.

Entre os membros da delegação gaulesa que foram cumprimentados pelo Papa estava o padre Georges Vandenbeusch, que foi libertado a 31 de dezembro após um sequestro de mais de 40 dias às mãos do grupo islamita nigeriano Boko Haram.

Francisco tratou o sacerdote por “meu irmão” e este mostrou-se “muito contente” por se encontrar com o Papa.

François Hollande reuniu-se ainda com o secretário de Estado da Santa Sé, D. Pietro Parolin, e o secretário para as relações com os Estados, D. Dominique Mamberti, nesta sua primeira visita ao Vaticano.

O presidente francês falou aos jornalistas, após os encontros, elogiando a “simplicidade” que marcou o início do pontificado de Francisco, e revelou ter convidado o Papa a visitar o país quando “ele o quiser” e entender que a visita à França seja “um momento importante do seu pontificado”.

O responsável aludiu à “convergência” de posições com a Santa Sé, em matéria internacional, e adiantou ainda ter pedido que o Vaticano receba a Coligação Nacional Síria, o grupo mais importante da oposição, para vincar a necessidade de procurar uma “solução político” para o conflito neste país.

Hollande manifestou o “compromisso” da França na defesa dos “Lugares Santos” em Israel e na Palestina, bem como a “inquietação” em relação à situações dos cristãos no Médio Oriente, defendendo o direitos destas populações a permanecerem “onde sempre viveram”.

“A França defende em todos os lugares a liberdade religiosa”, acrescentou.

Desde 1958, todos os chefes de Estado gauleses, à exceção de Georges Pompidou, visitaram o Vaticano.

Segundo a Presidência da República Francesa, esta viagem “inscreve-se na tradição republicana” que levou os chefes de Estado ao Vaticano “nos primeiros anos do seu mandato”.

A audiência do Papa Francisco a Hollande aconteceu num momento em que os católicos franceses contestam as políticas do presidente a respeito do fim da vida, do aborto, da imigração e do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Uma bomba artesanal explodiu esta madrugada nas proximidades de uma igreja francesa em Roma, poucas horas antes do início da visita.

O Vaticano confirmou que a polícia italiana recebeu uma chamada anónima falsa, esta manhã, alertando para a existência de duas bombas sob a colunata de São Pedro.

OC

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Notícia atualizada às 12h36

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