Papa pede «redescoberta» da Confissão

O Papa destacou hoje o “precioso ministério pastoral” do confessor – “pai, juiz espiritual, mestre, educador” -, que se “reveste sobretudo um carácter espiritual”. “À sabedoria humana, à preparação teológica, há que unir uma profunda espiritualidade alimentada pelo contacto orante com Cristo”, sublinhou Bento XVI, ao receber nesta segunda-feira, os oitenta padres confessores (penitenciários) das quatro basílicas pontifícias de Roma (São Pedro, São João de Latrão, São Paulo fora de Muros e Santa Maria Maior). “O ministério da penitência, que tanta importância tem na vida do cristão – observou o Papa – torna actual a eficácia redentora do Mistério pascal de Cristo. Na absolvição, pronunciada em nome e por conta da Igreja, o confessor torna-se o intermediário consciente de um maravilhoso acontecimento de graça”. “Agindo com dócil adesão ao Magistério da Igreja ele (o confessor) faz-se ministro da consoladora misericórdia de Deus, evidencia a realidade do pecado e manifesta ao mesmo tempo a desmedida potência renovadora do amor divino, amor que restitui a vida”, prosseguiu. Bento XVI indicou que “a confissão torna-se assim um renascimento espiritual, que transforma o penitente numa nova criatura. Este milagre de graça, só Deus o pode operar, e realiza-o através das palavras e gestos do sacerdote”. Experimentando a ternura e o perdão do Senhor, o penitente é mais facilmente levado a reconhecer a gravidade do pecado, mais decidido a evitá-lo para permanecer e crescer na relançada amizade com Ele”, observou. O Papa recordou aos penitenciários das basílicas pontifícias que, “diante da grande responsabilidade” a que são chamados no exercício do ministério da penitência, “a humilde e fiel adesão aos desígnios salvadores de Cristo torna-nos testemunhas da redenção universal por Ele realizada”. “Para realizar esta tarefa, temos antes de mais que radicar em nós próprios esta mensagem de salvação e deixar que nos transforme profundamente. Não podemos pregar o perdão e a reconciliação aos outros, se não nos sentimos pessoalmente” perdoados e reconciliados”, apontou. A concluir, o Papa chamou a atenção para “a prioridade” a conceder a “este específico serviço eclesial”: “Também nesta nossa época, assinalada por tantos desafios religiosos e sociais, há que redescobrir e propor de novo este Sacramento, seguindo o exemplo dos santos, em especial daqueles sacerdotes que se dedicaram quase exclusivamente ao ministério do confessionário, como o Cura d’Ars e o Padre Pio de Pietralcina”. (Com Rádio Vaticano)

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